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26 DE SETEMBRO DE 2008

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Luta contra os edifícios

Os arredores da Lagoa da Saudade, no Morro da Nova Cintra, estão prestes a ter o visual modificado. As casas e a área de preservação ambiental vão dividir o espaço com cinco torres de 14 andares, que serão construídas na avenida Prefeito Antônio Manoel de Carvalho (via que passa em frente ao local).  O terreno […]

Por: Da Redação

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Os arredores da Lagoa da Saudade, no Morro da Nova Cintra, estão prestes a ter o visual modificado. As casas e a área de preservação ambiental vão dividir o espaço com cinco torres de 14 andares, que serão construídas na avenida Prefeito Antônio Manoel de Carvalho (via que passa em frente ao local).  O terreno já foi desmatado e as obras de terraplanagens iniciadas.



Preocupados com os impactos que a obra poderá causar, os moradores do morro estão se mobilizando para tentar impedir a construção, algo que não parece tão simples.

“Considerando que serão 416 apartamentos, pode-se contar com, no mínimo, 1.500 pessoas entre moradores e prestadores de serviços. Essas pessoas circularão em cerca de 700 novos veículos, pelas mesmas vias de acesso hoje existentes, cuja capacidade está no limite”, diz a artista plástica Ingrid Fernandes Zamboni. Moradora do local há oito anos, ela é uma das engajadas na causa, chamada de SOS Lagoa da Saudade.



Essas não são as únicas questões levantadas. O meio ambiente é a principal preocupação dos moradores. “Pensamos no impacto e na poluição que isso pode trazer à Lagoa e para a área de preservação ambiental que existe aos arredores dela. Os veículos que não forem estacionar no prédio, vão ter que parar ao redor da lagoa, por exemplo”, cita.

A falta d’água que, segundo Ingrid, é um problema típico no verão, também está sendo analisada. “Todo verão enfrentamos esse problema. Será que o sistema de abastecimento vai dar conta com mais este volume de moradores?”, questiona.

A moradora comenta sobre os animais, que podem se inibir com a presença de tanta gente. “Nós estamos acostumados com a visita de tucanos, esquilos e pássaros exóticos no quintal, afinal, estamos ao lado de uma área de preservação ambiental. Uma construção dessa grandeza pode modificar e atingir, indiretamente, o costume desses animais”, explica. 

De acordo com ela, a construtora (a mineira Tenda) responsável pela obra não apresentou, oficialmente, um estudo ambiental da área que mostrasse os impactos ambientais naquela região.

Além dos abaixo-assinados e criação de site na internet (www.soslagoa.com.br), os moradores também entraram com uma representação no Ministério Público na tentativa de impedir a construção do empreendimento. “Pedimos para que a Promotoria apure os fatos que os moradores estão alegando”, diz o advogado responsável pela causa, Jamal Kassen.

“Também enviamos, em anexo, o requerimento da Câmara de Santos, que questiona as mesmas coisas”, completa.
De acordo com ele, o Ministério Público enviou ofícios para as secretarias de Assuntos Jurídicos, Meio Ambiente e de Registro de Imóveis, CAEX e Regional do Crime Organizado. “Estamos aguardando a resposta do MP”, conclui Kassen.

Terreno

O terreno onde a obra será construída não é de preservação ambiental e, de acordo com a chefe do departamento de obras particulares de Santos, Sônia Alencar, a construtora atendeu a todos os requisitos legais. “Não temos como negar a aprovação da construção das torres já que o empreendedor atendeu à lei, na íntegra”, explica.
Segundo ela, o Grapoab, órgão do governo estadual encarregado de fazer a aprovação e regularização de loteamentos, fez algumas exigências à construtora, que cumpriu essas normas. “A construção das torres já está aprovada e licenciada”, afirma.

Trânsito 

De acordo com a diretora de planejamento e projetos da CET, Luciane Beck, a empresa é responsável por analisar o impacto da obra nas vias públicas e fazer as devidas exigências ao empreendedor. “Para fazer essa análise, nos baseamos na lei complementar  que analisa os impactos do empreendimento na vizinhança e, no caso de residências, estabelece um número mínimo de vagas”, diz.

Após fazer uma análise do local, a CET fez algumas exigências à construtora. “Eles apresentaram o projeto com as mudanças e ele já foi aprovado”, diz.

Segundo ela, o local passará por um processo de alargamento. “Uma baía de acomodação será construída a partir do muro do empreendimento para dentro. Vamos melhorar o trecho desenvolvendo uma ilha que vai acomodar os veículos provenientes de ambos os sentidos. Assim, o veículo que for acessar aos prédios não precisará esperar no meio da avenida”, explica.

Água

Segundo a Sabesp, o sistema de abastecimento de água existente na região é adequado para o abastecimento dos apartamentos que serão construídos no local.  Em relação à falta d’água, preocupação dos moradores, a Sabesp garante que o problema não vai acontecer.  Quanto ao esgoto, após coletado, ele será encaminhado para tratamento na estação de pré-condicionamento,  no José Menino.

As torres

Com quadra, piscina e playground, o Residencial Nova Cintra terá cinco torres de 14 andares e 416 apartamentos. A construtora Tenda, responsável pelo empreendimento, afirma ter assinado um Termo de Compensação Ambiental, pela qual se compromete a preservar as áreas verdes. Ela também garante que irá financiar as melhorias no sistema viário no local.  

Até o fechamento dessa edição a construtora não soube informar a data do início das obras.  A previsão de entrega é dezembro de 2009.

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