Manifestações deste domingo dividem lideranças ligadas ao Governo | Boqnews
Foto: José Cruz/Agência Brasil

Política

24 DE MAIO DE 2019

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Manifestações deste domingo dividem lideranças ligadas ao Governo

As manifestações acontecem em 22 cidades do País. Em Santos, o ato está marcado para às 15h, na Praça Independência, no Gonzaga

Por: Da Redação

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As manifestações que acontecem neste domingo (26), em prol do governo Bolsonaro, estão deixando a cúpula do PSL – partido do presidente – dividida.

No último domingo, a deputada estadual, Janaína Paschoal, deixou o grupo de WhatsApp do partido, após enfatizar os riscos deste tipo de manifestação.

Recebeu mais críticas que aplausos dos seus próprios eleitores.

Apesar das negativas, não será surpresa se grupos mais radicais levantarem bandeiras como o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.

A maioria, porém, levantará as bandeiras em apoio à Reforma da Previdência; da Operação Lava Toga e do pacote anticrime do ministro Sergio Moro.

Além da volta do Coaf para o Ministério da Justiça.

E até a reforma administrativa.

A medida é válida até o dia 3 de julho. No entanto, caso a MP não seja votada, o governo será obrigado a recriar até dez ministérios.

No Twitter, Janaina, deputada estadual eleita com mais de 2 milhões de votos – a maior da história-, destacou que as manifestações não têm racionalidade.

“O presidente foi eleito para governar nas regras democráticas, nos termos da Constituição Federal. Propositalmente, ele está confundindo discussões democráticas com toma-lá-dá-cá”, tuitou Janaína, professora de Direito da USP.

Além disso, ela advertiu Bolsonaro.

De acordo com o tuite, caso as ruas estejam vazias no domingo, o presidente terá que parar de fazer ‘drama’ e começar a trabalhar de fato.

Ataques

No entanto, ao proferir tuites onde explica os motivos pelos quais não existem necessidade de manifestações, os apoiadores bolsonaristas atacaram veementemente a deputada.

Em um dos comentários, uma das usuárias a chamou de decepção do Brasil.

Além disso, a mesma ainda agradeceu por não ter votado na parlamentar.

Em outro, porém, a deputada fora chamada de traidora por não apoiar as manifestações.

Contudo, procurada para esclarecer os comentários, sua assessoria afirmou que Janaina não concederá entrevistas até segunda ordem.

Já na última terça-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro recuou da ideia inicial.

Assim, informando que não irá comparecer às manifestações, o mesmo ocorrendo com os demais ministros.

Nada se falou sobre os filhos do presidente, ativos e polêmicos manifestantes nas redes sociais.

Nesta quinta (23), no tradicional café com jornalistas em Brasília, Bolsonaro criticou o fato das pautas como fechamento do Congresso e do STF estarem entre as reivindicações dos atos marcados para domingo.

O presidente ainda “atacou ao falar que essas pautas estão mais para o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro”.

Misto de sentimentos

Para o jornalista e cientista político Fernando Chagas, as ruas ficarão lotadas.

A população brasileira, segundo ele, está dividida em três partes.

Quer dizer, 20% da população são bolsonaristas; 30% são petistas e 50% ora pendem para um lado ora para o outro lado.

Ou seja, segundo ele, qualquer manifestação é suficiente para encher as avenidas pelo País afora.

Assim, mostrando que o povo está com Bolsonaro.

“O distanciamento do Movimento Brasil Livre e Vem Pra Rua dessa manifestação demonstra uma perda de força política do presidente”, ressalta.

No entanto, não apenas a ausência dos movimentos MBL e do VPR enfraquecem o governo.

Para Chagas, a saída de Janaína pode começar a enfraquecer politicamente o presidente em seu próprio campo político.

“Ela é indubitavelmente uma forte liderança política no campo da direita e que pode puxar um grande número de eleitores para o outro espectro político”, acrescenta.

A advogada e professora de Direito Constituicional, Ligia Maria, afirmou que para que ocorra um processo de impeachment, o presidente deverá praticar infrações político-administrativas previstas no artigo 85 da Constituição Federal.

Contudo, de acordo com advogada, ela “não acredita que o apoio de Bolsonaro possa configurar infração político-administrativa”, afirma.

Regional

Os atos estão previstos em 21 cidades brasileiras, incluindo Santos.

Marcada para às 15h, na Praça Independência, no Gonzaga a manifestação contará com os deputados do PSL da região, o estadual Tenente Coimbra e o federal Júnior Bozella.

O parlamentar estadual preferiu não especular quantas pessoas são aguardadas.

Porém, afirmou que muitos irão às ruas para apoiar o governo.

Todavia, questionado sobre uma comparação entre as manifestações ocorridas contra o corte de verbas para a educação no dia 15, o parlamentar salientou que não há como fazer uma comparação, pois são atos destintos.

Segundo ele, toda a manifestação é válida.

Todavia, quando uma cobra algo, ela “terá uma força maior que outra que incentive algo, o que é algo natural e a história mostra isso”.

Sem apoio

Os anúncios contrários às manifestações geraram impactos fora da cúpula do PSL.

A ausência dos integrantes do MBL e do VPR também causaram ruídos nos grupos de apoio ao presidente.

Por considerar tais pautas como anti republicanas, o MBL assegura que ficará de fora dos atos pelo bem das reformas propostas pelo governo.

Todavia, o discurso acabou gerando desavenças com o público que segue o movimento.

Nos comentários do post oficial, inúmeros usuários se declararam decepcionados com o posicionamento declarado do grupo, que tem à frente o deputado Kim Kataguiri (DEM).

O Vem Pra Rua também se posicionou contra a participação do grupo neste domingo.

O motivo? Segundo eles, o movimento não apoia políticos nem partidos e apenas trabalha apenas contra a corrupção.

“Respeitamos o equilíbrio institucional entre os poderes da República. Acreditamos que as críticas pontuais que têm de ser feitas devem respeitar a sua integridade”, afirma em nota.

Da mesma forma que o MBL, os apoiadores divergiram de opinião e se mostraram contrários ao depoimento do grupo.

Muitos usuários declaram que o grupo se mantém em cima do muro em relação às manifestações deste domingo. Já outros, questionaram sobre o próprio VPR.

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