Foi na abertura das Olimpíadas de Tóquio, que o ex-morador de Guarujá, Raphael Prósperi, de 35 anos, realizou um de seus maiores sonhos: tocar, por meio da melodia, o máximo de pessoas possível. Isso porque o músico, que deixou a cidade há pouco mais de dois anos para morar no Japão, integrou a orquestra que deu o tom na tradicional cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, no último dia 23 de julho.
Em virtude da pandemia do novo coronavírus, a apresentação não aconteceu de forma presencial, foi filmada um mês antes e apresentada de forma inédita na cerimônia de abertura da 32° edição do maior acontecimento esportivo do mundo. A gravação se deu no interior de um teatro de Tóquio, em duas diárias de 12 horas.
Prósperi tocou oboé no evento, instrumento de sopro. Ele conta que para manusear o equipamento precisou se treino e dedicação, pois o que domina mesmo é a bateria.
O esforço fez parte de apenas um, dentre os inúmeros desafios que o artista se propôs ao deixar o Brasil para acompanhar a esposa e continuar vivendo de música. “Aqui no Japão se valoriza muito a música brasileira, e é dela que eu tenho me mantido. Toco bateria, jazz, bossa nova, blues e rock”, enumerou.
Mudança de país
Durante nove anos, Raphael Prósperi, que é paulistano, residiu na Praia do Pernambuco, em Guarujá. No Município, os laços com o pai, que é cantor e toca violão, se estreitaram ainda mais, pois foi durante esse período, que produziram juntos, dois CDs em terras guarujaenses.
Como baterista, ele e o pai, o também músico Edu Quintana, chegaram a se apresentar na edição de 2018 do Femag, o Festival de Música Autoral de Guarujá, organizado pela Prefeitura no Teatro Municipal Procópio Ferreira.
A Pérola do Atlântico inspirou, ainda, a montagem do quinteto de música instrumental brasileira chamado “Aton”. Além de Raphael, o grupo foi composto por outros artistas da Baixada Santista.
Em 2019, Prósperi reavaliou suas prioridades e resolveu acompanhar a atual esposa, que é sansei (neta de imigrantes japoneses)e já residia há 16 anos no país asiático.
A decisão foi crucial não apenas para dar continuidade ao relacionamento afetivo, como também para impulsionar suas conexões com outras culturas e, consequentemente, seu crescimento profissional.
Realizado, o artista fez questão de deixar uma mensagem aos amigos e artistas do Brasil. “O modo como a gente controla a respiração e a tensão, define o nosso estado mental. Aprendi a ponderar esses dois estados, e isso fez muita diferença na minha jornada como músico, porque é através do som que elevamos a vibração das pessoas. Por isso, trabalhem esses dois aspectos, os resultados são indescritíveis”, finalizou.