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03 DE JULHO DE 2009

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Na direção da criatividade

A crise econômica afetou diversas vertentes do mercado de trabalho. Grandes empresas e trabalhadores informais sentiram os reflexos e a necessidade de se adaptar ao novo mercado.Apesar das mudanças e incertezas econômicas, alguns profissionais de Santos aproveitam espaços e oportunidades e conseguem traçar novas possibilidades, analisando as lacunas do mercado e investindo no próprio negócio, […]

Por: Da Redação

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A crise econômica afetou diversas vertentes do mercado de trabalho. Grandes empresas e trabalhadores informais sentiram os reflexos e a necessidade de se adaptar ao novo mercado.

Apesar das mudanças e incertezas econômicas, alguns profissionais de Santos aproveitam espaços e oportunidades e conseguem traçar novas possibilidades, analisando as lacunas do mercado e investindo no próprio negócio, onde o veículo é a fonte de renda. É o caso do motorista Valentim Nascimento Júnior, que há pouco mais de um ano abriu uma empresa no segmento de transporte especial, chamada de Rota da Vida.

Considerada a segunda do Brasil com essas especificações, a empresa é formada por três carros que, totalmente adaptados, prestam serviços de transporte a  deficientes físicos e idosos com dificuldade de locomoção. 

Para possibilitar o seu negócio, Nascimento Júnior  mandou adaptar os veículos, que contam com uma plataforma automática,  permitindo ao cadeirante entrar no carro sem precisar ser ajudado. Os bancos dianteiros dão espaço ao local onde a cadeira de rodas será posicionada, contando com cintos de segurança e travas que impedem a cadeira se mover.  O teto do veículo foi retirado e substituído por um novo com uma altura especial. O cliente ainda tem o conforto de assistir a um filme na TV. “O veículo é adaptado  com uma tecnologia especial de uma empresa especializada e o gasto na adaptação é de cerca de R$ 40 mil por carro”, conta.







A Rota da Vida atende idosos com dificuldades de locomoção e portadores de deficiência física
A Rota da Vida atende idosos com dificuldades de locomoção e portadores de deficiência física

Serviço personalizado

Diferente dos táxis convencionais, que são acionados com ligações ou permanecem estacionados em pontos específicos da Cidade, o serviço da Rota da Vida é agendado. “Nossos trabalhos são personalizados como de um motorista particular. Levamos a pessoa em compromissos, sejam eles médicos ou pessoais. O nosso serviço oferece total autonomia ao deficiente físico, pois ele não precisa ser carregado para entrar no veículo”, explica.







O serviço atende deficientes e idosos que se locomovem em cadeira de rodas
O serviço atende deficientes e idosos que se locomovem em cadeira de rodas


Segundo o proprietário, o espaço disponível no carro garante essa autonomia. “Conseguimos abrigar dentro do veículo qualquer tipo de cadeira. Até mesmo as motorizadas, tipo uma scooter, cabem no espaço” afirma.

Ele comenta que além da segurança, quesito fundamental no transporte, o deficiente físico não depende de outros para se movimentar na Cidade. “A grande maioria dos clientes são idosos que, por alguma razão, estão na cadeira de rodas. Às vezes, é por conta de um fêmur, bacia ou outro membro inferior fraturado”, diz. 

“Isto difere dos que estão há alguns anos na cadeira, pois já conquistaram uma certa independência”, complementa. O valor da corrida, se for em Santos, é fixo. O motorista busca o passageiro na residência ,  leva ao local desejado e, de acordo com o horário marcado, deixa-o em casa. “Todo esse percurso de ida e volta custa R$ 40, independentemente da distância”, afirma. 

Valentim diz que quando há necessidade de fazer uma corrida para outra cidade, o valor é estipulado segundo as tarifas da tabela de táxi convencional.

Serviço tem papel social


Além de oferecer um serviço diferenciado, o empresário Valentim Nascimento Júnior se entusiasma com a possibilidade de ajudar pessoas diariamente. O cuidado e a atenção com o deficiente físico é, para ele, fundamental e faz parte do gosto pela atividade que exerce.
“Trabalho de segunda a segunda porque tenho plena satisfação no que faço. Alegro-me em colaborar, de alguma forma, com o bem-estar dessas pessoas”, afirma.

A ajuda e a colaboração atingem, muitas vezes, proporções maiores e o trabalho de Valentim muda a história de pessoas que precisam da cadeira de rodas para se movimentar. “Uma das minhas clientes, uma senhora idosa, que ficou tetraplégica, não saía de casa há oito anos porque não tinha como ir aos lugares. Quando ela soube dos nossos serviços fui deixá-la no shopping para que ela conseguisse passear. Foi um momento emocionate”, lembra.

Acompanhar a reabilitação e participar da melhora dos clientes também faz parte da satisfação de Valentim, que fideliza 90% dos clientes. “É muito bom ver um paciente que saiu da cadeira de rodas após o tratamento. Principalmente os idosos que foram vítimas de fraturas”, diz.

O trabalho já rendeu frutos até mesmo em outras cidades, que contrataram os serviços da empresa. “Hoje temos um carro fixo na cidade de Santa Bárbara (interior de São Paulo). A prefeitura paga pelo nosso trabalho e oferece, gratuitamente, o serviço aos munícipes”, conta.

De acordo com ele, o mais gratificante é ver crianças  que, por morarem na zona rural da cidade, não conseguiam chegar até a escola, por conta do uso de cadeira de rodas. “O investimento é alto, mas faço com amor porque é um trabalho de inclusão”, finaliza.



Lojinha perambulante

Transformar um jipe Land Rover numa loja é uma ideia pouco convencional. Ainda mais intrigante é estacioná-lo pelas ruas da Cidade e simplesmente abrir as portas para que a loja Flor e Trapo esteja pronta.
Buscando qualidade de vida e uma ocupação que realmente a entusiasmasse, a artesã Adriana Dalman Boccia decidiu montar seu próprio negócio. Ex-gerente de RH em São Paulo, a paulistana, que sempre gostou de Santos, resolveu investir na vida à beira-mar. “Meu marido abriu um negócio em Santos, que deu certo e cresceu,  e então precisamos nos mudar em definitivo”, conta.

A idéia de vender bolsas e artigos artesanais foi a primeira alternativa de Andréa, que queria ter uma ocupação no mercado de trabalho em uma nova cidade.  “Sempre gostei de bolsas e pedi ajuda à minha mãe, que costura muito bem”, diz. “Fui a um tapeceiro pesquisar os tecidos e, conforme fazia as peças, eu percebi que tinha encontrado o trabalho da minha vida, pois a minha posição em São Paulo, mesmo que muito boa, não me entusiasmava tanto”, relata.







Com criatividade, a artesã circula pela Cidade com sua Flor e Trapo, que faz sucesso entre o público universitário
Com criatividade, a artesã circula pela Cidade com sua Flor e Trapo, que faz sucesso entre o público universitário


Quatro rodas

Com a colaboração do irmão, proprietário do veículo, Andrea colocou em prática o que tinha visto nas ruas da Espanha. “Lá, é comum a circulação de carros perambulantes que vendem artigos. São bonitos, que chamam a atenção das pessoas e atraem os turistas”, afirma.
Preocupada em vender a marca e apresentar um produto atrativo, a artesã investiu no visual. O exterior do carro ganhou adesivos com o logotipo da marca e as janelas serviram de vitrine para os que passam pelas ruas.

Os bancos dos passageiros foram retirados e deram espaço à área onde ficam expostos os artigos. Ventilador e iluminação também fazem parte do visual, que tem, em cada detalhe, as características da marca Flor e Trapo. “Os artigos, todos feitos artesanalmente, vão desde bolsas e carteiras até porta-CDs e pastas para notebooks. “Não repetimos tecidos e os artigos são exclusivos”, garante.

Graças ao crescimento do negócio, ela  investiu na confeccção de saias, que seguem a mesma tendência de estilo da marca. “Como a demanda cresceu, precisei contratar uma costureira profissional. Minha mãe fica apenas com a confecção das bonecas”, comenta. “Sempre gostei de moda e em relação aos modelos e estampas, peço opinião às amigas que dão dicas”, revela.

Novas formas e facilidade de pagamento foram incluídas no negócio, que começou a exigir benefícios para os clientes que realizavam compras de alto valor. Os interessados podem avistar os adesivos dos cartões de crédito no exterior do veículo. “No início, perdia compras porque não tinha o cartão. Hoje, dependendo da quantia,  parcelamos em até seis vezes”, relata.

Novidade

Pouco acostumada com a vida de comerciante, a administradora e também artesã sentiu dificuldade no início do seu trabalho, que necessitava da aprovação do público para ter sucesso garantido. “Morria de vergonha de abrir a porta do carro na rua porque não sabia a reação que as pessoas teriam”, lembra. “Não tenho vocação para  vendedora, mas com o tempo fui perdendo o receio”, completa. Ela conta que os principais pontos de passagem  são em frente às faculdades e escolas. “Também vendo bastante no Litoral Norte”, confirma.

Com um carro sofisticado e um visual pouco comum, a lojinha perambulante atrai os olhares.  Mesmo sem adquirir produtos, as pessoas param para conferir a novidade e quando a rua não é movimentada os veículos também estacionam ao lado do jipe para olhar o Land Rover enfeitado. “As pessoas gostam  e elogiam o meu trabalho. Invisto no visual sofisticado para que elas saibam que é um trabalho sério,  inspirado em países de primeiro mundo”, diz. 

Serviço
Os interessados em conhecer o trabalho da lojinha perambulante Flor e Trapo podem acessar o site www.floretrapo.com.  Os serviços da empresa Rota da Vida podem ser contatados pelo telefone 3323-3635

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