Exatamente um ano após 83 pessoas, entre estudantes e funcionários, apresentarem sintomas de doença diarreica aguda, a escola municipal João Papa Sobrinho, no Gonzaga, em Santos, litoral paulista, volta a interromper as aulas por problemas de saúde pública.
Incialmente, as aulas serão interrompidas na segunda (25) e terça (26).
Dessa vez, o motivo é a confirmação de quatro casos de Eritema Infeccioso, doença propagada por gotículas (saliva) e secreções.
Existem outros 25 suspeitos com a doença, como admite a direção da unidade.
A doença decorre do Parvovírus B19, cujo período de incubação varia 4 a 14 dias e de transmissibilidade de 5 a 10 dias.
“Quando aparecem as manchas, as crianças não transmitem mais”, explica o médico infectologista e vereador eleito em Santos, Marcos Caseiro.
Ele destaca que esta é uma doença considerada comum entre as crianças (na lista de doenças benignas, mas com risco em gestantes, principalmente em razão dos fetos).
Os primeiros sintomas são febre, calafrios, cefaleia e mialgia.
Depois, segue para a vermelhidão nas bochechas (como se elas estivessem esbofeteadas) e em outras partes do corpo.
Porém, neste momento, ressalta Caseiro, a transmissão deixa de ocorrer.
Além disso, não há vacina para a doença.
Assim, a melhor alternativa é o isolamento, com uso de máscaras e a higienização constante das mãos.
Surpresa
Pais ficaram surpresos com a notícia divulgada nesta sexta pela direção da unidade escolar.
Um deles está inconformado com a situação e reclama da ausência de reunião do conselho dos pais, inexistente neste semestre.
“Soube também que houve um surto de conjuntivite depois que o fato ocorreu”, critica o pai, que preferiu o anonimato.
Em nota encaminhada aos responsáveis e pais, a escola informa que nos próximos dois dias letivos (25 e 26) haverá limpeza ‘profunda e sanitização’ de todos os espaços escolares.
Além disso, os professores encaminharam atividades para serem realizadas durante o período sem atividades na escola.
A previsão da volta às aulas ocorrerá na quarta (27), mas os alunos deverão usar máscaras.
“Esta medida visa prevenir a proliferação da doença e proteger a saúde de todos. A escola fornecerá máscara descartável a todos”, informa o comunicado.
A unidade pede também a colaboração de pais e responsáveis, para que “reforcem as práticas de higiene em casa, como a lavagem frequente das mãos e o uso de álcool em gel”.
Além disso, o comunicado pede para que as crianças com sintomas como febre, erupção cutânea ou resfriado devem permanecer em casa e procurar orientação médica.
Nota oficial
Após o fechamento do texto, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) encaminhou nota sobre o assunto.
“A SMS informa que a suspensão das atividades presenciais na UME João Papa Sobrinho é uma medida preventiva, após o registro na unidade de quatro casos confirmados e 25 casos suspeitos de eritema infeccioso – doença comum na infância e sem risco de gravidade.
As pessoas que apresentaram os sintomas da doença foram afastadas da rotina escolar.
Todos os casos notificados na unidade foram encaminhados para a Policlínica do Gonzaga (de referência dos munícipes do bairro), daqueles assistidos pela rede pública de saúde, para o devido tratamento médico da doença benigna comum ao ambiente escolar.
Para interromper a cadeia de transmissão do vírus (parvovírus B19), a Seção de Vigilância Sanitária Epidemiológica, do Departamento de Vigilância em Saúde da SMS, indicou a suspensão das aulas nos dias 25 e 26 de novembro, quando a unidade passará por sanitização.
Os pais dos alunos foram avisados sobre a medida e os professores já encaminharam atividades para serem realizadas nesse período.
Com máscaras
No retorno das atividades presenciais, a partir do dia 27 de novembro, será necessário que todos os alunos e funcionários utilizem máscaras por um breve período.
Esta medida também visa prevenir a proliferação da doença e proteger a saúde de todos. A escola fornecerá máscara descartável a todos.
O eritema infeccioso tem como principais sinais e sintomas o surgimento de manchas vermelhas nas bochechas, seguidas de erupções cutâneas no tronco e nos membros.
Antes das erupções, os pacientes podem apresentar febre baixa, cansaço, dores nas articulações e mal-estar geral.
É importante destacar que a transmissão ocorre, sobretudo, na fase inicial, antes do aparecimento das manchas.
Após a fase inicial, o risco de transmissão é extremamente reduzido.
Portanto, o período de interrupção temporária das atividades presencias na UME João Papa Sobrinho tem como objetivo principal justamente interromper a cadeia de transmissão da doença, permitindo a identificação precoce de sinais e sintomas pelos familiares, que deverão procurar assistência médica, conforme já orientado.
Assim, a SMS reitera que as medidas são preventivas e que os munícipes que apresentarem sintomas de eritema infeccioso e demais doenças devem procurar as policlínicas e UPAS, em caso de urgência e emergência.
Confira as notícias do Boqnews no Google News e fique bem informado.