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Foto: Natasha Guerrize/Divulgação Unimes

EUA x Brasil

12 DE NOVEMBRO DE 2015

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Para diplomata, liberação do visto nos EUA ainda vai demorar

Diplomata santista William Silva não crê que a liberação do visto aos brasileiros sairá em curto espaço de tempo

Por: Da Redação

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Santista, o embaixador Willian Silva dos Santos proferiu palestra a alunos da Unimes, onde destacou as relações entre os EUA e o Brasil e também quanto à obrigatoriedade do visto. Expectativa é que 3 milhões de brasileiros visitem os Estados Unidos até 2018

Santista, o embaixador Willian Silva dos Santos proferiu palestra a alunos da Unimes, onde destacou as relações entre os EUA e o Brasil. (Foto: Natasha Guerrize/Divulgação)

Um bate-papo sobre a carreira diplomática, relação Brasil-Estados Unidos e as questões de direitos humanos no âmbito internacional. Esses foram alguns pontos trazidos aos estudantes de Direito da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes) por meio da palestra do diplomata santista William Silva dos Santos, que atua na Embaixada do Brasil em Washington D.C, na capital norte-americana.

A vinda do terceiro secretário aconteceu nesta última terça (10), com organização feita pelo Centro Acadêmico de Direito Unimes Ariosto Guimarães. Na ocasião, a bancada do auditório da Faculdade de Educação Física de Santos, a Fefis (situada à Avenida Conselheiro Nébias, 536), contou com mais três professores do curso, que revezaram na mediação: Edna Pacheco, docente da disciplina de Direito Internacional, Fabiana Bozzella, que ocupa a cadeira de Direito Administrativo e, por fim, Maurício Duarte, que ministra Direito Constitucional.

Egresso no curso de admissão à carreira diplomática no Itamaraty pelo Instituto Rio Branco no ano de 2009, em Brasília, Santos trabalha em uma das embaixadas mais importantes do contexto político e internacional. O diplomata explicou aos presentes sobre a imagem do Brasil perante aos Estados Unidos. “A relação entre os dois países sempre foi muito estranha, historicamente. Falo esse termo porque tanto o Brasil quanto os Estados Unidos sempre foram muito parecidos em diversos aspectos, mas que, por alguma razão no passado, pouco se aproximaram diplomaticamente. Tivemos uma política muito pendular principalmente na época do governo de Getúlio Vargas, onde o Brasil não se posicionava ao certo sobre as demandas norte-americanas”, situa Santos.

“Até mesmo durante o governo FHC, houve muito ruído quanto às relações exteriores. Começamos a melhorar a partir do governo Lula, principalmente na demanda institucional. Os diálogos passaram a se tornar mais permanentes”, comenta.

O diplomata santista acompanhou diversos diálogos entre os dois países a partir de 2010, antes mesmo de ir para Washington, e também já acompanhou um encontro do presidente Barack Obama com o governo brasileiro. “Houve, também, uma percepção maior por parte dos americanos sobre a importância do Brasil no cenário mundial. Começou, a princípio, no final do governo Bush ao lado de seus expoentes, como foi o caso da Condoleezza Rice (secretária de Estado da época)”.

Visto

Outra questão apontada foi o encaminhamento das negociações para o fim do visto para os EUA, uma das pautas na agenda entre as duas chancelarias. De acordo com dados do National Travel and Tourism Office, entre 2006 a 2013 houve um aumento de 292% quanto ao número de brasileiros que viajaram para o país norte-americano. A previsão, ainda segundo a publicação, é de que, em 2018, os Estados Unidos recebam mais de 3 milhões de turistas do Brasil. “Na prática, é de fato uma discussão que vem sendo feita há um tempo. Sou otimista, mas não vejo uma previsão a curto prazo para que isso possa ser definido. O que temos, atualmente, é o Global Entry. Trata-se de um programa que facilita a entrada do turista ao país. Ele não agiliza a emissão do visto ou outros trâmites relacionados ao governo norte-americano. É uma iniciativa que visa melhorar o acesso daquele visitante frequente ao país”, esclarece Santos.

O diplomata também frisa a diferença em termos de método de trabalho. Enquanto o Brasil isenta o visto com base em acordos bilaterais, os EUA têm um programa próprio chamado Visa Waiver, que permite aos visitantes ficar por 90 dias no território norte-americano sem a necessidade do visto. Porém, nesse cenário, existem critérios importantes que eles levam em conta, inclusive a não-permissão de visitantes com alta taxa de rejeição de entrada, algo em torno de três ou mais. “Do nosso lado (Brasil), agimos com base na reciprocidade. Se os Estados Unidos continuarem cobrando visto do Brasil, também vamos continuar cobrando visto dos visitantes oriundos de lá”, conclui.

 

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