Um dos defensores do saneamento básico no Brasil, sendo autor de projeto de lei que estabelecia incentivos financeiros para iniciativas relacionadas ao setor no Brasil, o ex-deputado federal e ex-prefeito de Santos, engenheiro João Paulo Tavares Papa, ressaltou que a pandemia trouxe luz sobre a importância de se investir nesta área social.
Afinal, no Brasil, são cerca de 100 milhões de pessoas que não contam com serviços de coleta de esgoto.
E 35 milhões sem água tratada.
Fatores que estimulam a propagação do vírus.
“A pandemia, infelizmente, mostrou as deficiências do Brasil em relação ao saneamento básico e a importância da água na vida das pessoas”, enfatizou.
Papa participou do Jornal Enfoque – Manhã de Notícias, apresentado pelo jornalista Francisco La Scala, onde respondeu a uma série de questões de internautas.
Para o ex-deputado, o Brasil tem condições de fazer uma revolução no setor, assim como aconteceu na área de telecomunicações.
“Houve um avanço enorme neste segmento, mas não no saneamento básico”, lamenta.
Para tanto, o novo Marco Regulatório do Saneamento prevê algumas metas até 2033
Confira:
- Meta de 99% da população com água potável em casa até dezembro de 2033
- Meta de 90% da população com coleta e tratamento de esgoto até dezembro de 2033
- Ações para diminuição do desperdício de água aproveitamento da água da chuva
- Estímulo de investimento privado através de licitação entre empresas públicas e privadas
- Fim do direito de preferência a empresas estaduais
- Se as metas não forem cumpridas, empresas podem perder o direito de executar o serviço.
De acordo com o Ministério da Economia, o novo marco legal do saneamento deve alcançar mais de R$ 700 bilhões em investimentos e gerar por volta de 700 mil empregos no país nos próximos 13 anos.
Governador
Ao responder uma indagação de um internauta sobre a vacinação, Papa enfatizou que o governador João Doria tem cumprido a “difícil missão de ser um líder com a necessária responsabilidade de assumir todo o desgaste decorrente deste papel”.
Ele lembra que o governador agiu com firmeza no combate à doença, mesmo sabendo dos possíveis desgastes políticos, especialmente de setores econômicos da sociedade.
“O governador assumiu esta responsabilidade para evitar uma tragédia maior, com mortes ocorrendo em série se nada fosse feito”, salientou.
“Imagine se cada prefeito ficasse exposto às pressões locais”, acrescentou.
Para Papa, o governador Doria se antecipou aos fatos (busca pelas vacinas), firmou parceria (com o Instituto Butantan) e acelerou o processo para a busca delas no mercado externo, obrigando o Ministério da Saúde a se mobilizar somente agora.
“Imagine se isso não ocorresse antes”, enfatizou o ex-prefeito.
São Paulo, por exemplo, já vacinou quase 1,1 milhão de paulistas.
Combustível
Além do ex-prefeito Papa, o programa desta quarta (10) também contou com a participação do presidente da Resan, José Camargo Hernandes.
Ele falou sobre a alta nos preços dos combustíveis, já em vigor, de 8%.
Camargo defendeu a reforma tributária, especialmente em relação às alíquotas praticadas.
Os impostos representam 44% no preço da gasolina e 27% no diesel, por exemplo.
Ele criticou também a evasão fiscal em razão de empresas que trabalham na ilegalidade, prejudicando o setor.
Confira a entrevista de ambos no programa de hoje na Boqnews TV.