Para a maioria da população, as eleições municipais estão distantes, pois ainda faltam oito meses para o primeiro turno, marcado para 4 de outubro.
Porém, para pré-candidatos e interessados em entrar na disputa eleitoral, o tempo urge. E muito.
Afinal, a chamada janela eleitoral, período quando políticos poderão mudar de partido para concorrer à eleição (majoritária ou proporcional) de outubro sem incorrer em infidelidade partidária, ocorrerá de 5 de março a 3 de abril.
No dia 4 de abril – exatos seis meses antes do pleito – esgota-se o prazo para que as legendas sejam registradas na Justiça Eleitoral.
Prazo final, por exemplo, para saber se o partido Aliança pelo Brasil, do presidente Jair Bolsonaro, poderá estar na disputa ao cumprir as regras de filiação.
Data final também para aqueles que desejam concorrer e que estejam com a filiação aprovada pelo partido.
Portanto, para os que pensam em colocar o seu nome nas urnas, o tempo eleitoral é menor. E mais próximo do que o cidadão comum imagina.
Pesquisa
Assim, a pesquisa Enfoque/Boqnews, a primeira realizada em Santos em 2020, devidamente registrada na Justiça Eleitoral, traz números que mostram o atual cenário entre pré-candidatos que desejam ocupar o Palácio José Bonifácio a partir de 1º de fevereiro de 2021, substituindo o atual mandatário, Paulo Alexandre Barbosa, que encerra seu segundo governo em 31 de dezembro.
Vale lembrar que o cenário pode mudar.
Como a inclusão e exclusão de pleiteantes ou mudanças partidárias até o prazo limite.
Com base na pesquisa, o deputado estadual Kenny Mendes (Progressistas), que em 2018 obteve 64.855 votos (27,99% dos votos válidos) entre os santistas, mantém situação confortável com 27,1% do eleitorado, na pesquisa estimulada. (Quando há apresentação de cartão com nomes de pré-candidatos).
O índice é quase idêntico à pesquisa Enfoque/Boqnews divulgada em outubro passado, quando o parlamentar tinha 27,5% das citações.
Kenny também lidera na espontânea, com 4,8% das intenções de votos, seguido pelo próprio prefeito, com 3,5%.
O deputado assegura que tem “99% de chances de entrar na disputa”, conforme divulgado ao Boqnews.
Outros nomes
Outro nome bem lembrado é o da deputada federal Rosana Valle (PSB), com 1,6% na espontânea, e 11,5% na estimulada.
A parlamentar, que obteve 34.844 votos em Santos em 2018, poderá ser uma aposta do PSB.
É crescente a pressão pela sua participação na disputa. Outro bem citado é o ex-prefeito e ex-deputado federal João Paulo Papa (PSDB).
O ex-mandatário obteve 2,2% na pesquisa espontânea e 10% na estimulada.
Ele, porém, ainda não se manifestou.
Em entrevistas, o presidente estadual da legenda, Marco Vinholi, defendeu publicamente o nome do ex-prefeito como o candidato do partido.
Por sua vez, o diretório municipal do PSDB trabalha com o nome de Rogério dos Santos, atual secretário de governo.
A ex-prefeita e ex-deputada e atual vereadora, Telma de Souza (PT), surge na sequência, com 7,8% das intenções na estimulada (1,6% na espontânea), seguida pelo vereador Banha (MDB), com 4,6%, entre outros nomes (veja quadro acima).
Rejeição
A pesquisa também avaliou o grau de rejeição de pré-candidatos. (veja quadro acima).
Peso
A pesquisa identificou, neste momento, o peso que os mandatários terão nestas eleições.
Em todos os casos, não há garantias se os apoios do presidente Jair Bolsonaro, do governador João Doria e do prefeito Paulo Alexandre refletirão na performance dos respectivos candidatos.
Em média, 40% dos entrevistados afirmaram que o voto dependerá de quem será o indicado (a).
A maior rejeição, porém, ocorre entre os que forem apoiados pelo presidente: 26,2% afirmaram que jamais votariam no candidato escolhido por ele (já 10% ‘votariam com certeza’).
Outros 20,8% jamais votariam em um candidato apoiado pelo governador Doria contra 5,1% que votariam.
No caso do prefeito, 13,7% ‘jamais votariam’ e 11,3% ‘votariam com certeza’.
Um ponto interessante é que 41,7% dos entrevistados não votariam em um candidato que abandonasse seu mandato (contra 32,2% que afirmaram o oposto) e 60,6% consideram que para governar Santos é necessário que seja alguém com experiência como gestor (a) público (a).
Apenas 7,3% responderam ‘alguém que nunca foi político’ e 7,1% ‘alguém que nunca foi prefeito (a)’.
Como foi feita
A pesquisa ouviu 1.204 pessoas, acima de 16 anos nas três zonas eleitorais.
Ela está registrada sob o número SP-09492/2020.
As informações detalhadas da pesquisa, incluindo a avaliação dos governantes publicada na edição passada do jornal Boqnews, estão em www.boqnews.com/pesquisa.