
O grupo se encontra sempre às terças-feiras, às 19h30, em algum bar ou restaurante da região. (Foto: Cris Challoub)
Desde dezembro de 2013, um grupo de pessoas vem se reunindo em bares e restaurantes da Baixada Santista, sempre às terças-feiras, para conversar em inglês e espanhol. O propósito dos participantes do projeto Poliglota é praticar e compartilhar experiências em outros idiomas.
Coordenadora da comunidade na Baixada, a jornalista Monique Leite conta que conheceu o Poliglota no Chile, onde viveu durante um ano. “Eu já sabia falar em espanhol, mas em outro país existem muitas gírias, tornando a compreensão ainda mais difícil”, comenta. “Participei das reuniões do grupo no Chile e senti o avanço no idioma. Quando voltei ao Brasil, meu medo era esquecer tudo o que tinha aprendido”.
A partir desta constatação, Monique e Henrique Romero — que também conheceu o projeto no exterior — resolveram implantar a proposta na região. “O grupo, obviamente, começou pequeno, mas com o passar do tempo foi aumentando”, salienta. Hoje, cerca de 20 pessoas se encontram todas as terças do mês, a partir das 19h30, para discutir os mais variados assuntos. Pelas redes sociais, eles também trocam informações em inglês ou espanhol.
Vale ressaltar que o Poliglota é uma comunidade sem fins lucrativos. Ou seja, de forma gratuita é possível estar ao lado de pessoas com os mesmos objetivos e fazer novas amizades.
Nas reuniões não há métodos didáticos e os participantes são estimulados a desenvolver a língua estrangeira de forma natural, sem a excessiva preocupação com a fala gramaticalmente correta. Por isso, quem pouco conhece outros idiomas pode participar das conversações, mas a regra é clara: durante as meetings (reuniões) não é permitido se comunicar em português com os demais.
“Algumas pessoas, quando começam a vir aos encontros, ficam tímidas e não falam nada, só escutam. Outras, pouco sabem, mas aos poucos começam a compreender”, diz a coordenadora.
Atuando na área de comércio exterior, Luciane Santos Alípio, de 22 anos, participa do projeto há um ano. Ela conta que fez intercâmbio social de dois meses para a Polônia, onde teve a oportunidade de ensinar cultura brasileira voluntariamente. Além disso, sua profissão requer entendimento e fluência em idiomas. “No trabalho eu só treino a escrita, mas aqui tenho a oportunidade de treinar a fala. Depois do Poliglota, comecei a dar aulas de inglês”, diz.
O gerente comercial Fabricio Goulart, de 29 anos, almeja viajar para o exterior em breve e acredita que os oito meses de convivência com o grupo o ajudarão a aproveitar a oportunidade. “Sempre senti a necessidade de praticar a conversação e notei que melhorei durante este tempo. Nas reuniões você aprende e também ajuda os outros”, salienta.
Interessados em participar dos encontros devem se cadastrar no site www.poliglota.org ou então, para obter mais informações pode procurar pelo grupo no Facebook: Poliglota – Baixada Santista.