Desde 2016, está em vigor lei municipal assinada pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) que obriga instituições financeiras sediadas em Santos a emitir documentos como extratos, faturas, boletos, entre outros comprovantes, na linguagem braile.
Mas a novidade é que houve a inclusão de um termo no final do artigo 1º da atual lei: ou em formato acessível à pessoa com deficiência visual.
O acréscimo no termo referenda a lei 928/2016, com base em proposta do vereador Carlos Teixeira Filho (PSDB).
Para a Febraban – Federação Brasileira dos Bancos, a medida não provocará transtornos.
Isso porque, segundo o órgão, “os bancos seguem o artigo 62 do Estatuto da pessoa com Deficiência, segundo o qual as instituições financeiras devem providenciar documentos indicados na lei em braile mediante solicitação do cliente”.
Portanto, basta uma solicitação por parte do cliente para receber o material nesta linguagem.

Com o acréscimo na lei, qualquer formato passa a ser disponível para clientes com deficiente visual, incluindo a versão em braile. Foto: Divulgação
Outras informações
Em nota, a Febraban informa que junto com seus bancos associados “vêm desenvolvendo ações no sentido de assegurar às pessoas com deficiência condições de acessibilidade aos seus produtos e serviços”.
“Grande parte dos prédios administrativos e agências possui adaptações com rampas de acesso, vagas demarcadas nos estacionamentos, sinalizações e placas indicativas, balcão de caixa rebaixado, piso tátil, sanitários adaptados, corrimão nas dependências e assentos de uso preferencial”.
“Além disso, para o atendimento aos clientes, as informações são disponibilizadas em braile e também ficam à disposição atendentes capacitados na Linguagem Brasileira de Sinais (Libras)”.
“Os ATMs também são, em geral, adaptados para pessoas com deficiência, tanto na altura quanto na disponibilização de atendimento em braile e funcionalidades de vocalização”.
De acordo com a Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2017, dos 185 mil caixas eletrônicos em operação, 78,8% eram adaptados a PCDs.
No uso de produtos e serviços, os bancos disponibilizam informações em braile, acesso à internet adaptado para deficientes visuais, serviço de atendimento via telefone para deficientes auditivos, incluindo o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), além de outras iniciativas.
Além disso, muitos dos bancos oferecem cursos em Libras para seus funcionários, com o apoio da federação.
Atendimento
Assim, como entidade representante do setor, a Febraban recomenda que todos os bancos ofereçam atendimento em canais adequados para os clientes portadores de deficiência (PCD).
“Para reforçar esse compromisso, em 2008, a entidade assinou o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em conjunto com os ministérios públicos Federal, Estadual de São Paulo, Estadual de Minas Gerais, da Secretaria Especial de Direitos Humanos e a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência”.
Desta forma, o TAC conta com o apoio de 20 dos principais bancos brasileiros, que, juntos, representam mais de 90% do sistema bancário brasileiro.