Santos é conhecida Brasil afora graças a suas peculiaridades e personalidades, que a fazem se tornar única, sem igual, e enchem de orgulho aqueles que são daqui ou adotaram a terra da “Caridade e da Liberdade”.
Liberdade esta que foi fundamental para que os movimentos culturais fossem difundidos em suas diversas formas e jeitos. Foi das ruas, palcos, teatros, auditórios, cinemas e até nas areias da praia que grandes movimentos se formaram, agitadores se reuniram e idealizaram ações e projetos que repercutiram no País e fora dele.
E nada melhor do que aproveitar esta data, quando se celebra os 469 da Cidade, para recordar – e homenagear – quem tanto fez pela cultura nacional. Nas próximas páginas você, leitor, vai viajar e relembrar casos – e causos – que fizeram o município se firmar como expoente do cenário artístico.
Vários fatores reforçam o fato de Santos ser o palco de manifestações culturais e berço de expoentes da cultura. O professor universitário, pesquisador e responsável pelo grupo Teatro Experimental de Pesquisa, o TEP, Gilson de Melo, explica que a cidade, no começo dos anos 1900, tinha um grande poder econômico por conta do Porto e da exportação de café. “Esse fato ajuda a reforçar as manifestações. A Rádio Clube, por exemplo, foi a segunda do Brasil e surgiu neste momento de apogeu”.
Melo ressalta que o município ficou conhecido, ainda no começo do século passado, como “Moscou Brasileira” ou “Cidade Vermelha” por conta dos movimentos políticos e sindicais. “E isto também foi fundamental para difundir a produção cultural. A Patrícia Galvão, Pagu, foi uma das que se destacaram. Havia pessoas muito engajadas”, continua.
Na época da ditadura militar, Santos viveu períodos de tensão, tendo até a autonomia cassada. “Essa ebulição política foi outro fator que fortaleceu os movimentos, principalmente o teatro amador, de onde surgiram muitos expoentes”, afirma o professor. Para ele, a Rádio Clube e o Cassino do Monte Serrat são dois pontos fundamentais. “Grandes artistas se apresentaram na Radio Clube, como a Carmem Miranda. E como a cidade era rota de cruzeiros que vinham da Europa para a Argentina, o Cassino era um ponto central, com apresentações de destaque”.
A edição do Boqnews desta semana faz uma homenagem a Santos, contando um pouco da sua relação com a cultura. Confira a íntegra clicando aqui.