Começou nesta segunda-feira (4) a imunização contra a gripe H1N1 dos profissionais de saúde que trabalham em hospitais da região metropolitana de São Paulo. A ação faz parte da primeira etapa da antecipação da vacinação no estado. Deverão ser distribuídas nessa etapa 532,4 mil doses da vacina.
A vacinação será estendida para os grupos prioritários a partir do dia 11 de abril. Serão imunizadas crianças entre seis meses e cinco anos de idade, gestantes e idosos da capital e demais municípios da Grande São Paulo. A expectativa é atingir mais de 3 milhões de pessoas nessa segunda etapa.
Segundo a diretora técnica de imunização da Secretaria Estadual de Saúde, Helena Sato, a antecipação da vacinação ocorreu porque o vírus começou a circular mais cedo do que o previsto neste ano. “Normalmente, a gente espera que o vírus circule no inverno, mas ele se antecipou para o final do verão”, ressaltou durante o lançamento da campanha.
Em Santos
A campanha gratuita na rede pública deve seguir o calendário do Ministério da Saúde, com início previsto para o dia 30 de abril. Para quem deseja antecipar a imunização, a opção seria procurar pela vacina em clinícas particulares, entretanto, como a procura é grande o atendimento tem demorado e algumas clínicas já não possuem a vacina.
Na cliníca Mar Saúde, por exemplo, no dia 2 de abril foi disponibilizado serviço exclusivo de agendamento por e-mail. No facebook, a clínica informou que no mesmo dia, 4 horas depois, já tinham sido enviados mais de 800 emails (máximo 5 pessoas por email, total possível de 4 mil pessoas). “Hoje (dia 4 de abril) já são mais de 1500 emails (ou total máximo de 7500 pessoas). Portanto, existe uma grande possibilidade de não conseguirmos atender a todos que já enviaram email. Mesmo assim, fiquem à vontade para enviar”, informa a clínica no facebook.
Para crianças menores de três anos, a clínica avisa que a vacina acabou e espera receber nos próximos dias. “Provavelmente ficaremos sem doses de adultos também em alguns períodos. Ao serem contactados agendem, pois se não puderem comparecer nos horários disponíveis, temos que ligar para o próximo email e não podemos garantir que, depois, teremos novas oportunidade”, informa a clínica.
Síndrome
Foram notificados, até o dia 29 de março, 465 casos de síndrome respiratória aguda grave (Srag), sendo que 59 resultaram em morte. Desse total, 372 dos casos e 55 das mortes estão relacionadas ao vírus H1N1.
Além da H1N1, a vacina que está sendo aplicada protege contra H3N2 e a gripe tipo B. No restante do estado, a vacinação seguirá o calendário do Ministério da Saúde, com início em 30 de abril. “A proposta não é vacinar a população inteira, mas os grupos prioritários. Porque já é sabido que esses grupos, uma vez infectados pelo vírus, têm maior risco de evoluírem com complicações, como pneumonia”, enfatizou a diretora de imunização.
Sato destacou ainda que existem doses suficientes para imunizar os públicos-alvo da campanha. “Não há necessidade de correria, temos vacinas para todos os grupos prioritários”, ressaltou. Nos últimos dias, tem havido uma grande procura pela vacina em clínicas particulares. Em alguns locais, a fila de espera chega a cinco horas.
O secretário estadual de Saúde, David Uip, lembrou que – na maior parte dos casos – a gripe causada pelo H1N1 não evolui para quadros mais complexos. “A grande maioria das pessoas que têm o vírus, depois de dois ou três dias, limita a ação desse vírus e se curam. Em mais de 96% das vezes elas resolvem esse problema na própria casa.”, disse.