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12 DE JUNHO DE 2009

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Século de tradição religiosa

Católicos ortodoxos, católicos romanos, evangélicos, muçulmanos, membros das diversas religiões existentes sabem que não podem passar por Santos, alguma vez, sem adentrar na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, a tradicional Catedral, que fica na Praça José Bonifácio, sem número, no Centro Histórico. A representatividade para a Cidade, seja por sua localização ou por ser […]

Por: Da Redação

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Católicos ortodoxos, católicos romanos, evangélicos, muçulmanos, membros das diversas religiões existentes sabem que não podem passar por Santos, alguma vez, sem adentrar na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, a tradicional Catedral, que fica na Praça José Bonifácio, sem número, no Centro Histórico. A representatividade para a Cidade, seja por sua localização ou por ser aquele que é considerado o principal centro religioso local, é a marca registrada da construção, que neste domingo (14) comemora 100 anos do lançamento de sua pedra fundamental.




Os primeiros passos da obra, que completa 85 anos de conclusão em outubro, foram dados após se decidir que a antiga Igreja Matriz, que ficava na Praça Antônio Telles, seria desativada. “O prédio estava bem velho para ser demolido. Foi quando se deu início à construção da atual Catedral, que seria conhecida como Nova Matriz”, explica o pároco José Myali Paul.




A importância da edificação para o meio católico se dá pelo marco histórico que representou na Cidade. Afinal, foi após sua conclusão que houve o desmembramento santista da Diocese de São Paulo, dando início a Diocese de Santos. “Nesse momento, a igreja deixou de ser chamada de Nova Matriz para ganhar a denominação de Catedral, passando a ser o centro da religião na Baixada Santista”,  relembra o pároco.




A construção tem, em sua fachada, características neogóticas – possui uma de suas quatro torres em um tamanho maior que as demais. Trata-se da torre onde se localizam os sinos, que hoje, seguindo a modernidade, já são soados eletronicamente. O espaço para que se chegue ao topo da mesma ainda existe, e chama a atenção pelo estreito caminho em escadas que é necessário percorrer – o que chega a ser uma aventura interessante para quem, em caso de falta de energia, tenha a “missão” de soar os sinos.

Internamente, à direita, após a entrada, está o altar de Santa Josefina Bakhita, conhecida por ser a mais procurada e visitada por fiéis e admiradores na Catedral. Italiana de origem sudanesa, ficou conhecida como “Madre Morena”, devido à sua cor de pele e ao carinho e piedade com que tratava os próximos, que acarretaram em sua canonização, em 2000. O considerável número de seguidores que Bakhita tem em Santos, aliás, fizeram com que a primeira igreja dedicada à santa fosse levantada na Cidade.

Logo acima e ao redor da Catedral destacam-se também os vitrais com imagens sacras e os lustres, que datam da década de 50. Os dois elementos, assim como o mármore que se estende até dois metros de altura, são de origem italiana. Porém, é o artista santista Benedicto Calixto o responsável por algumas das obras mais observadas do local: as três pinturas sacras, que se localizam na capela situada à esquerda, ao lado do altar principal. A antiguidade e o cuidado necessários com tais obras fazem com que qualquer tipo de luz direta, como a de uma fotografia, deva ser evitada.

Considerada “igreja-mãe” da Cidade, a Catedral também se caracteriza pela localização, como recorda o pároco. “Estamos bem no Centro de Santos, o que nos coloca em estreito relacionamento com as instituições oficiais (Fórum, Prefeitura e Câmara dos Vereadores). E diante disso, sentimos ainda mais a responsabilidade que nos traz esse papel, pois devemos olhar para todos com olhos maternos”, salienta.

Myalil Paul relembra, ainda, que não apenas os usuais frequentadores das missas comparecem ao local para as celebrações, mas os “transeuntes” também passam por lá, por vezes, devido à alguma angústia da vida. E como acrescenta, muitos são moradores de cortiços, em condições subumanas. “Outros, nem uma moradia precária têm. Vivem ao relento, à espera de uma oportunidade”.

Até por isso, reconhece que a Catedral não consegue ajudar como deveria, considerando que a comunidade paroquial é pouco operária para uma família tão grande. Por fim, o pároco explica ser necessário a ampliação da colaboração. “Um presente que queríamos para este aniversário é que tivéssemos mais voluntários, homens e mulheres, jovens e famílias. Peço que venham nos conhecer e ver nossa realidade. Mas também gostaríamos de um presente especial de Santos. A preservação desse patrimônio não é tarefa fácil. Os custos são altos e a manutenção, permanente. O pedido é que a  Cidade nos ajude-nos a  preservar  esse importante patrimô-nio”, diz.

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