Casos de estupros crescem 48,5% no primeiro quadrimestre de 2016 na região | Boqnews

Cultra do Estupro

03 DE JUNHO DE 2016

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Casos de estupros crescem 48,5% no primeiro quadrimestre de 2016 na região

Algumas cidades apresnetaram aumento de até 200%

Por: Da Redação

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Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma em cada cinco mulheres foi ou será estuprada. Agressões que são cometidas por estranhos mas também – em grande parte dos casos – por amigos, parentes, namorados, maridos, vizinhos… No Brasil, a definição para estupro – segundo o Código Penal – é constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.

O tema veio novamente à tona após uma jovem carioca ser exposta em um vídeo compartilhado nas redes sociais, por homens que relatam que ‘por ali’ passaram mais de 30. Surgiram então diversos movimentos, debates e manifestações principalmente nas redes sociais com as hashtags #NãoACulturadoEstupro, #PeloFimdoEstupro, #ChegadeSilêncio.

Movimento que tomou as ruas do País #TodasPorElas, em São Paulo o ato reuniu milhares de mulheres e homens que gritavam pelo fim da cultura do estupro. Termo que surgiuna década de 70 no contexto de que o estupro é propagado e normalizado devido a atitudes sociais sobre gênero e sexualidade. Em Santos, pouco mais de 100 pessoas participaram da manifestação na noite de quarta (1).

A jovem Raira Coppola Auler, de 28 anos, que trabalha no Sindicato dos Petroleiros, era uma delas. “A Cultura do Estupro é grave e séria. Não é só neste caso que chocou o País, mas por todos os outros. Vivemos numa lógica machista que a sociedade impõe passada de geração em geração. O Brasil precisa avançar. Ser um país mais livre e democrático e não de opressão”, ressalta Raia, que estava ajudando na organização do ato e que acredita que manifestos como estes são uma maneira de mostrar a revolta e promover mudanças.

“Fui ao protesto para exigir justiça, para gritar contra a naturalização do estupro e sua cultura que mata 1 mulher a cada 11 minutos no Brasil. Fui por todas as mulheres, e principalmente pelas mulheres negras que estão em estado de vulnerabilidade e exposição total a todo tipo de violência (sexual, doméstica, obstétrica, relacionamentos abusivos, objetificação do corpo negro) desde a época da escravidão (que não acabou) até os tempos atuais. Queremos ser livre, não ter medo de andarmos sozinha, queremos nossa liberdade de sermos o que quisermos. Precisamos de um sistema que nos dê os nossos direitos, proteção em vez de rouba-los. O assunto é sério. Espero chegar em que eu não precise ir para as ruas pedir o óbvio”, ressaltou a atriz Jaqueline Lima.

De Bertioga, a jornalista Rosangela Ribeiro participou do ato que reuniu cerca de 10 pessoas na sua cidade. “Todos os movimentos de mobilização acontecem de maneira sutil. Saímos às ruas, mesmo em dez pessoas. Foi simbólico para nós e para quem nos enxergou”, relata.

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Segundo ela, Bertioga vive um momento de medo, com um estuprador à solta e outros casos qwue ocorrem de forma cotidiana. “Isso é o que nos mobiliza. Parece que as pessoas vivem em um estado de letargia e a única ação que acham possível é pelas redes sociais. E não é. É preciso mostrar o rosto e se indignar pessoalmente também. Por todas nós!”, finaliza.

Números
Segundo o 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2014, foram registrados 47.643 casos de estupro no País. O dado representa um estupro a cada 11 minutos. E o pior, segundo o Ipea, somente cerca de 10% a 30% dos casos são de fato denunciados. O estupro é um dos crimes mais subnotificados, onde o silêncio é predominante. O problema é global e histórico. Índia, Estados Unidos, África, Suécia e Canadá são apenas alguns dos países que aparecem no topo da lista.
No Estado de São Paulo, foram denunciados mais de 9 mil casos, em 2015. Na Baixada Santista foram 261. As cidades com maiores ocorrências foram Praia Grande, com 51, e Guarujá, com 50. Depois, aparecem Santos, com 45, e São Vicente, com 38.

Onde denunciar?
Em Santos, a Delegacia da Mulher fica na Rua Assis Correia, 5, no Gonzaga. (telefone 3232-1510). Em Praia Grande, à Rua Roberto de Almeida Vinhas, 11084 (3471-8000) e em Guarujá, na Av. Puglisi, 656 (3355-4468).

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