A disseminação da Covid-19, com o aumento de casos, internações e óbitos trouxe a região novamente para a fase amarela, causando consequentemente mais restrições na capacidade do comércio, justamente no momento no qual o setor tem um faturamento maior devido às festas do final de ano.
O cenário de 2020 fez com que as pessoas busquem alternativas para realizar as compras. Assim, é inegável que a ida às lojas e aos shoppings continuem altas, porém o risco de aglomeração deve fazer com que diversos indivíduos tracem outros planos. As vendas online devem aumentar ainda mais, sobretudo para aquelas pessoas que ficam mais em casa, ou que podem ter complicações severas em caso de contaminação da Covid-19.
A compra pela internet já é uma tendência, mesmo sem pandemia. No Natal de 2019, houve uma alta de 29,9% no e-commerce nacional em relação ao ano anterior, ou seja, um faturamento de R$ 14,1 bilhões, segundo dados da Compre e Confie.
Em matéria publicada pela Agência Brasil, a estimativa é que o comércio eletrônico deva faturar R$ 29,2 bilhões em 2020, conforme citado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de São Paulo.
Economista
De acordo com a professora de economia da Universidade Católica de Santos (UniSantos) Célia Ribeiro, as vendas pela internet já ultrapassaram todas as expectativas para esse mercado. Sejam elas de percentual de vendas no varejo, número de novos compradores e ampliação de setores que utilizam o e-commerce
“Por conta da Covid-19, as pessoas não tiveram outra alternativa a não ser fazerem compras online e isso impulsionou o e-commerce brasileiro. Segundo uma pesquisa do Webshoppers o e-commerce registrou um crescimento de 47% no primeiro semestre de 2020, a maior alta em 20 anos”, destacou a economista.
Além disso, ela ressaltou que as vendas de Natal, tanto nas lojas online como físicas, podem ser um importante passo para as empresas amenizarem o prejuízo causado pela pandemia.
Produtos
De acordo com os dados da MCC ENET o Market Share das Atividades do Comércio Varejista (Restrito), os produtos com mais vendas no e-commerce brasileiro em setembro de 2020, foram os equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação que somaram 40,08% do total. Em seguida, aparecem os móveis e eletrodomésticos, somando 24,5% e tecidos, vestuário e calçados com 12,5%.
Os números apresentam panoramas interessantes, as pessoas optam por comprar mais produtos eletrônicos pela internet. Contudo este índice diminui no setor vestuário e de papelaria, que tem preços relativamente mais baixos do que os aparelhos eletrônicos ou eletrodomésticos.
Cuidados
O consumidor deve ficar atento na hora da compra online, o universo digital, além de ser prático traz alguns perigos, como sites falsos, golpes e propaganda enganosa. A tendência é que estas irregularidades aconteçam ainda mais neste fim de ano.
Segundo o coordenador do Procon Santos, Rafael Quaresma, é necessário que o consumidor veja a confiabilidade e a reputação do site.
Em relação ao prazo de entrega, o coordenador do Procon enfatizou que a questão varia com a logística e as transportadoras, sendo recomendável colocar o prazo de entrega antes da compra e não no final. Por fim, Quaresma concluiu que caso o produto tenha algum defeito, ele deverá ser trocado ou consertado, dependendo da ocasião.
O e-commerce facilita as compras natalinas, porém requer cuidados para evitar aborrecimentos/ Foto: João Pedro Bezerra