
Vereadores referendaram a votação anterior. Assim, servidores terão que se contentar com 2% de abono a partir de julho (com salários pagos em agosto). Foto: Divulgação/Câmara de Santos
Na segunda votação realizada na Câmara de Santos, não houve alteração no placar, mantendo 13 votos favoráveis ao projeto apresentado pelo Executivo e 8 contrários. Não ocorreram surpresas, pois foi o mesmo placar na primeira votação, ocorrida na última quinta.
A proposta definitiva e aprovada prevê a concessão de abono de 2% a partir de julho aos servidores municipais, índice que muda para 5,35% em outubro e novembro, com incorporação no mês de dezembro, a ser pago em 2018. A sessão durou 45 minutos.
Como o resultado já era esperado, o volume de servidores que comparecem à Câmara foi bem inferior em relação à semana passada, mas mesmo assim os gritos do público eram ouvidos nas galerias. No final da votação, a palavra ‘vendidos’ ecoou na sala Oswaldo de Rosis, palco da votação.
Antes, porém, o Sindicato dos Servidores promoveu uma ‘missa’ ironizando a proposta do Executivo e aos vereadores que acompanharam a votação favorável à Prefeitura.
O abono só será pago ao servidor efetivo, ou seja, não prevê pagamento aos aposentados nem pensionistas. O servidor municipal estatutário ocupando cargo em comissão receberá o abono, calculado sobre o valor do vencimento do seu cargo.
O valor mensal do auxílio-alimentação dos servidores na ativa passará para R$ 422,40 aos que cumprem jornada de 30 a 40 horas e de 50% deste montante para os com jornada entre 20 e 30 horas. O valor da cesta básica foi corrigido em 5,35% e passa a R$ 263,40, sendo retroativo a fevereiro.
A proposta não foi aceita pelos sindicatos que representam os servidores, cuja greve foi iniciada em 9 de março e já se tornou a maior da história ultrapassando a anterior, ocorrida em 1995, durante a gestão do prefeito David Capistrano, que durou 28 dias.
Alteração
O vereador Chico Nogueira (PT) até tentou solicitar o adiamento da votação novamente, sem sucesso. Ele salientou que a Lei Orgânica do Município prevê o dissídio da categoria em fevereiro. Assim, não se poderia votar algo para pagamento apenas no final do ano. Foi voto vencido pelos 13 parlamentares que votaram a favor do projeto do Governo.
O pagamento dos abonos representará um aumento de despesas em R$ 11,4 milhões, com impacto equivalente a 0,4244% no orçamento.
Confira quem votou a favor da proposta do pagamento do abono pela Prefeitura
Ademir Pestana (PSDB)
Adilson Jr (PTB)
Antonio Carlos Banha (PMDB)
Augusto Duarte (PSDB)
Bruno Orlandi (PSDB)
Fabiano da Farmácia (PR)
Lincoln Reis (PR)
Manoel Constantino (PSDB)
Roberto de Jesus (PSDB)
Sergio Santana (PR)
Braz Antunes (PSD)
Geonísio Pereira (PSDB)
Jorge Vieira Carabina (PSDB)
Votaram contra a proposta do pagamento de abono pela Prefeitura
Audrey Kleys (PP)
Benedito Furtado (PSB)
Fabrício Cardoso (PSB)
Chico Nogueira (PT)
José Teixeira (PSD)
Kenny Mendes (PSDB)
Rui de Rosis (PMDB)
Telma de Souza (PT)
Dos 16 vereadores, oito não cumpriram a promessa de votar pela reposição mínima da inflação, conforme prometido ao Sindicato dos Servidores (outros cinco não haviam se manifestado antes).
Confira os que haviam se manifestado anteriormente como contrários a qualquer reajuste abaixo dos 5,35% (abaixo da inflação): Adilson Jr (PTB), Antonio Carlos Banha Joaquim (PMDB), Fabiano da Farmácia (PR), Geonísio Pereira (PSDB), Lincoln Reis (PR), Manoel Constantino (PSDB), Roberto de Jesus (PSDB) e Sergio Santana (PR) recuaram em ambas as votações e mudaram de posição.