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02 DE OUTUBRO DE 2025

Árvore não é coisa

José Renato Nalini

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O mundo precisa de mais árvores. O Brasil precisa de mais árvores. Nosso Estado de São Paulo precisa de mais árvores.

Nossa cidade, nosso bairro, nossa rua, todos precisam de mais árvores.

O cataclisma climático resulta de nossa insensatez: impregnar a atmosfera com gases venenosos causadores do efeito estufa.

A principal causa é o transporte movido a combustão.

O aquecimento global vai causar os fenômenos extremos, dos quais não é o menor as ondas de calor.

Regiões arborizadas chegam a registrar dez graus abaixo das regiões áridas.

E as árvores fazem o que é de melhor: sequestram carbono, garantem amenas temperaturas, dão sombra, abrigo à fauna.

Onde plantadas, permite-se a infiltração da água para reabastecer os lençóis freáticos.

Para o cientista José Goldemberg, um dos mais importantes do mundo, plantar árvores é a melhor tecnologia para combater os efeitos do aquecimento global.

É preciso pensar que as árvores estão no planeta há quatrocentos milhões de anos, enquanto nós, humanos, aqui chegamos no máximo há duzentos mil anos.

Ou seja: a Terra é uma história de árvores há duas mil vezes mais tempo do que ela representa uma história de seres humanos.

O livro “A Trama das Árvores”, de Richard Powers, mostra como é possível promover essas entidades não humanas, esses “indivíduos arbóreos”, à condição de sujeito.

Nós, ditos racionais, quando cortamos uma árvore que existe há décadas ou até há séculos, não estamos extinguindo um objeto.

Estamos exterminando a vida, uma vida que garante a nossa.

As árvores são criaturas vivas, com características, possibilidades e comportamentos distintos e essenciais para assegurar a continuidade da aventura dos humanos sobre a Terra.

Para Powers, “a sedução da tecnologia, que nos faz pensar em prazo muito curto, causou as duas grandes crises do presente – a catástrofe do clima e a extinção em massa das espécies.

É precisamente pela meditação sobre nossa pequenez em relação às coisas não humanas que conseguimos entender melhor qual pode ser nosso papel no grande quadro das coisas”.

Entendamos e respeitemos as árvores. Vamos plantar mais árvores.

É aquilo de que a humanidade precisa. Não é pela ecologia.

É pela continuidade de nossa vida e a daqueles que virão, se nós deixarmos.

 

José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

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