Promissora a possibilidade de novo estágio nas relações China-Brasil.
Além da mudança drástica na condução das relações internacionais, o fanatismo pode ter deixado de observar que a China avançou muito em tema de sustentabilidade.
Assumiu compromissos internacionais de descarbonização.
Adotou tecnologias verdes e, com a disciplina e hierarquia ali reinante, elas ganharam espaço crescente.
Sobretudo nas áreas de energia solar, eólica e na fabricação de veículos elétricos.
Já se fala e se investe em Fundos de finanças verdes, é real o funcionamento do maior mercado de carbono do planeta em Xangai e se constrói em Kuga a gigantesca fábrica de hidrogênio verde, com certeza a maior do mundo.
É flagrante a intenção chinesa de estar na vanguarda da transição para a economia de baixo carbono e isso não é Fake News nem greenwashing, mas deliberação do governo.
Por isso é que o Brasil tem de estar com o seu radar atento e investir numa intensificação do relacionamento com a gigante em população e em crescimento econômico.
Agropecuária de baixo carbono, finanças verdes, mobilidade sustentável, biotecnologia agrícola, energias renováveis, cidades inteligentes, agricultura e indústria 4.0, tudo tem de estar numa agenda pronta para acelerar o estreitamento de uma política de aproximação, tão prejudicada nestes últimos anos.
A China ainda precisa de compensação de sua emissão e o Brasil pode oferecer essa contraprestação, desde que a diplomacia se restabeleça em níveis civilizados e respeitosos.
Ela é a principal parceira do nosso país e adquirirá importância cada vez maior, diante das concretas restrições postas pela União Europeia em relação à República tupiniquim, que aceitou orgulhosa o cognome de “Pária Ambiental”, por sua errática política de destruição da natureza.
Os chineses sabem que a redução das emissões de gases venenosos, causadores do efeito-estufa é urgente e o mais sério desafio posto à humanidade nesta primeira metade do século 21.
O Brasil, se for inteligente – e tudo indica será a partir de 2023 – deverá se aproveitar dessa oportunidade de ouro.
Aprender com a China a preservação de uma cultura milenar e aproveitar cada milímetro das novas tecnologias, a serviço de uma humanidade mais desenvolvida, mais verde e mais fraterna.
José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e autor de “Ética Ambiental”.
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