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27 DE OUTUBRO DE 2025

Da carreira ao cérebro: os benefícios de ser bilíngue

Sylvia Marit Syrdahl

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Há quanto tempo você escuta que se comunicar em inglês é essencial para buscar as melhores posições no mercado de trabalho?

Mesmo assim, apenas 5% dos brasileiros têm algum conhecimento do idioma, e só 1% da população é fluente em inglês, segundo levantamento do British Council, organização do Reino Unido.

Quem é bilíngue tem uma vantagem competitiva no mercado de trabalho, recebendo salários até 30% maior, figurando como um profissional com habilidades cognitivas e emocionais aprimoradas.

Se comunicar em inglês faz diferença até para ver um filme sem legenda, fugindo daquelas dublagens que mudam o perfil vocal do ator.

E, por consequência, o impacto de uma cena, a exemplo da icônica fala “I’ll be back”, do filme O Exterminador do Futuro, que perde a força quando ouvimos “Eu voltarei”.

Quando se é bilíngue, até as viagens e os roteiros culturais trazem experiências diferentes e mais completas, com o entendimento integral de um costume ou receita local, por exemplo.

Mas não é só isso. Aprender um novo idioma é uma prática que vai além da comunicação, promovendo o desenvolvimento de habilidades cognitivas superiores, ampliando a empatia cultural e fortalecendo competências socioemocionais e executivas.

Esses benefícios são muito discutidos na neurociência, na psicologia educacional e na linguística aplicada.

Quando você aprende uma nova língua, passa a entender melhor a sua própria língua materna, porque traz o que conhece da sua língua e compara com a outra.

O bilinguismo também vai impactar nas funções executivas, que são habilidades como memória de trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva: as pessoas bilíngues acabam demonstrando uma maior capacidade de alternar entre tarefas, justamente porque têm essa flexibilidade cognitiva de alternar entre línguas.

Falar outra língua retarda o envelhecimento em até cinco anos e reduz o risco de doenças como Alzheimer, segundo alguns estudos recentes.

Por exercer uma função cognitiva mais elaborada, pelo fato de trocar de uma língua para outra, e isso faz com que você mantenha seus neurônios em alto funcionamento.

No aspecto das habilidades emocionais, quando você aprende outro idioma, trabalha empatia e consciência cultural. Isso acontece porque você se aprofunda para além da língua, aprendendo sobre a cultura desse país, criando uma abertura para a diversidade e compreensão intercultural.

O aprendizado de um novo idioma deve ser visto como uma ferramenta poderosa no desenvolvimento humano integral: não é só aprender uma língua, é muito mais do que isso.

Porque esse aprendizado fortalece não apenas as competências linguísticas, mas também as cognitivas, sociais e emocionais.

 

Sylvia Marit Syrdahl é pedagoga especializada em Educação Bilíngue com 40 anos de experiência no ensino da língua inglesa

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