Tão logo a euforia carnavalesca chegue ao fim na Quarta-Feira Cinzas, o País obrigatoriamente voltará à dura realidade de dirigir atenções aos principais problemas que atualmente afligem a população brasileira, especialmente os gerados pelas crises política e econômica motivada pelo desequilíbrio nas contas do Governo Federal. Fragilizada em sua credibilidade pelos escândalos de corrupção protagonizados pela alta cúpula do seu partido, o PT, e refém de acordos firmados com outras legendas visando garantir uma mínima base de sustentação no Congresso Nacional, a presidente Dilma Rousseff terá muitas dificuldades para implementar projetos dirigidos ao enfrentamento dos principais problemas brasileiros, agravados pelo aumento das taxas de desemprego.
A pouca disposição para dialogar com partidos não alinhados com a sua ideologia isolou a presidente no frio isolamento do cotidiano palaciano, a partir de sua incompetência em unir ideais antagônicos e de superar com destreza política o atendimento das demandas clientelistas. Da mesma forma, Dilma não demonstra firme propósito para implementar o ajuste fiscal necessário visando recuperar a credibilidade perdida e as condições econômicas para garantir os investimentos básicos para a população.
Ao contrário, desobrigou-se da realização de cortes de gastos em diversas áreas da administração e optou por repetir as mesmas ações e fórmulas que maquiaram a realidade em seu primeiro governo, como um agravante: tentará agora repassar à classe média os custos de seus desmandos, propondo, entre outras coisas, a criação da CPMF e fixação da idade mínima para a concessão de benefícios previdenciários.
Ao que tudo indica, Dilma cumprirá seu restante de mandato com a ilusão de colocar em ação o ambicioso plano de elevar o patamar econômico e social do Brasil, a partir de investimentos em infraestrutura, na educação, na preservação do meio ambiente e na melhoria do atendimento nas áreas de saúde pública. Há de se recordar que tantos outros governantes tiveram o mesmo dissabor em seus mandatos e souberam entender que o cargo exercido delega direitos incontestáveis, mas impõe deveres institucionais que incluem a obrigação de dar total transparência e a devida publicidade aos atos praticados na função, que devem estar alinhados aos interesses da sociedade.
Com Dilma não há de ser diferente. A ela foi dado o voto de confiança subscrito por milhares de brasileiros, uma outorga que deveria respeitada com altivez e dignidade. A todos, sem exceção, interessa a recuperação do País, uma vez que os bons resultados almejados serão benéficos aos brasileiros, especialmente aos que já perderam a crença na construção de um País melhor.
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