Diante as muitas dificuldades impostas pelo cenário de instabilidade na economia mundial e as consequências desfavoráveis resultantes pelo período de pandemia, que afetou gravemente as atividades econômicas, o crescimento da atividade produtiva brasileira, especialmente nos setores do agronegócio e serviços, tem configurado um cenário de perspectiva favorável para o País.
O ingresso de capital estrangeiro e a expectativa de ampliação do mercado consumidor interno, a partir da implementação paulatina da reforma tributária, estimulam previsões otimistas e favorecem a criação de um ambiente propício para o estabelecimento de metas possíveis de serem alcançadas em médio e longos prazos.
Há de se reconhecer que o futuro de grandes possibilidades para o Brasil deve ser alicerçado em bases sólidas estabelecidas a partir da introdução de conceitos de política monetária e de ajuste fiscal, sob o preceito de que não se pode gastar além do que é possível arrecadar.
Apesar do quadro de indicadores favoráveis verificado nos últimos anos, torna-se prudente, nesse momento, conter os arroubos de ufanismo, uma vez que as conquistas desejáveis para o País demandarão a transposição de obstáculos relevantes e a adoção de medidas imprescindíveis para conduzir a Nação ao patamar de desenvolvimento almejado.
Não obstante do transcurso de mais um período de embate político decorrente do processo de sucessão presidencial, que invariavelmente propicia a propagação de retóricas demagógicas e populistas, ao Brasil se impõe desafios de superação de problemas crônicos que, se não enfrentados de forma prioritária, acabarão por comprometer o ritmo de crescimento necessário para conduzir o País ao estágio capaz de oferecer a todos os seus cidadãos, sem exceção, às condições suficientes para assegurar níveis mínimos de respeito à dignidade humana.
É sabido que sem uma política educacional consistente – dirigida a forjar novas gerações de brasileiros melhor habilitados ao convívio social e à prática profissional -, aliada às melhorias das condições estruturais, nas áreas da saúde, assistência social e meio ambiente, toda a riqueza produzida terá pouca serventia.
Mais do que somente buscar ampliar o volume de recursos por meio da arrecadação de impostos, o Governo Federal necessita adotar práticas inteligentes para não reproduzir indefinidamente o modelo perverso de distribuição de renda que ainda mantém viva práticas escravocratas já por demais conhecidas.
Um futuro de prosperidade só será alcançado com honestidade de propósitos e com real capacidade de execução dos projetos propostos.

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação
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