Sonho centenário dos moradores e visitantes das cidades da Baixada Santista, a ligação a seco entre Santos e Guarujá finalmente deverá ser materializada nos próximos anos, a partir do compromisso público firmado entre os governos Federal e de São Paulo durante as comemorações de aniversário de 132 anos do porto santista.
Nesse sentido, há de se destacar a postura altiva assumida pelo presidente Lula e pelo governador Tarcísio de Freitas, que superaram as diferenças políticas e ideológicas para dar andamento a um projeto que beneficiará milhares de pessoas que transitam entre as duas cidades, hoje obrigadas a cumprir longos percursos ou enfrentar a morosidade e imprevisibilidade dos serviços de travessia por meio de balsas.
É de se esperar, portanto, que o consenso e a união de propósitos se façam presentes com pragmatismo durante toda a execução do projeto, evitando assim que disputas políticas inerentes aos interesses eleitorais das partes envolvidas venha comprometer ou condenar sua implementação nos prazos previstos.
Da mesma forma, deve-se destacar o empenho de prefeitos das atuais e de antigas gestões, bem como a atuação dos representantes da Região na Assembleia estadual e na Câmara Federal, que sempre trabalharam no sentido de viabilizar essa obra que, sem dúvida, impactará a qualidade de vida da população e, sobretudo, estimulará ainda mais o incremento das atividades econômicas ligadas aos setores portuários e de turismo.
Por essa razão, mais do que nunca, a execução dessa obra deve ser acompanhada com muita atenção e interesse pelas autoridades locais e entidades civis, tendo em vista a sua complexidade e os impactos que poderão gerar aos sistemas viários e ao meio ambiente, especialmente pelo aumento das demandas de tráfego que deverão ocorrer a partir do implemento do túnel submerso sob o Estuário santista.
Igualmente relevante será a fiscalização dos recursos públicos destinados ao projeto, de forma a evitar desvios de finalidade, por desperdícios motivados por planejamentos mal elaborados e contratações de empresas sem a experiência e qualificações necessárias para a plena execução da obra.
A materialização da ligação a seco entre Santos e Guarujá pode – e deve – servir como exemplo de conduta política a ser copiado, demostrando que as prioridades e demandas da população sempre devem sobrepor interesses de candidatos, partidos ou correntes ideológicas.
O Brasil é repleto de exemplos de projetos mal sucedidos em razão de disputas eleiçoeiras, por incompetência e pela corrupção.
Que pelo menos desta feita seja diferente.
Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação
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