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14 DE NOVEMBRO DE 2024

Enfretamento necessário

Humberto Challoub

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A execução do empresário e delator do PCC, Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, ocorrida no aeroporto de Guarulhos na última semana, mais uma vez evidencia a urgente necessidade de as autoridades públicas agirem de forma veemente e contínua no combate ao crime organizado estabelecido em várias regiões brasileiras.

Fortalecidos, ao longo de décadas, pela negligência governamental, as quadrilhas, pelo que se constata, já estão inseridas em esferas do poder constituído e dominam territórios impondo leis próprias e designando sentenças de morte a todos aqueles que julgam ameaçar suas atividades ilícitas.

Cada vez mais evidencia-se os níveis de sofisticação e audácia alcançados pela criminalidade, ocupando posições estratégicas e, na maioria das vezes, dispondo de modernos sistemas de informação, os traficantes agora demonstram a firme disposição de enfrentar à polícia, colocando sob dúvida a real capacidade do Estado no combate ao crime.

Tamanho grau de organização e nível de ingerência na vida das comunidades impõe, no atual momento, muito mais do que periódicas ações policiais isoladas, pois representam meros paliativos diante da dimensão que o problema já alcançou.

Nesse sentido, torna-se imperiosa a adoção de medidas vigorosas para o restabelecimento do poder do Estado, por meio de intervenções e permanência das forças militares em áreas dominadas pelas quadrilhas, conjugadas a medidas sociais cabíveis para reconquistar a confiança e a credibilidade junto as populações residentes.

A quantificação da violência deixa mais do que clara a necessidade de priorizar profundas mudanças nas instituições policiais brasileiras, com o aperfeiçoamento dos métodos utilizados até aqui e, sobretudo, com a valorização e qualificação dos profissionais que atuam nessas corporações.

Sem contar com infraestrutura adequada, com sistemas de formação deficientes e oferecendo salários incompatíveis com a realidade que a atividade requer, em diversos estados a polícia assemelha-se a uma facção em meio aos conflitos urbanos estabelecidos, onde mata-se para não morrer.

Da mesma forma, a atualização do Código Penal, a partir da criação de leis mais rigorosas para punir a prática de crimes, se torna imprescindível para desestimular e inibir o crescimento das quadrilhas, que têm na impunidade sua principal aliada.

Somente a mobilização e união de esforços e a integração das corporações policiais nas esferas municipais, estaduais e Federal poderá se obter sucesso na guerra contra as organizações criminosas, uma medida que, sem dúvida, contará com o apoio amplo e irrestrito da sociedade civil, que hoje é refém e vítima dessa tragédia cotidiana.

 

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

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