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06 DE NOVEMBRO DE 2021

Mais que boas intenções

Por: Humberto Challoub

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A adesão do Brasil às metas estabelecidas na 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21) – de diminuir as emissões de gases de efeito estufa em 43% e de gás metano em 30%, até 2030 – sinalizou a boa intenção do País em participar do esforço mundial na difícil missão de reverter o quadro caótico de degeneração ambiental prenunciado para o planeta por cientistas e especialistas em meio ambiente.

A contribuição brasileira levada ao evento também definiu ações importantes, como o fim do desmatamento ilegal na Amazônia, a restauração e reflorestamento de 12 milhões de hectares, a recuperação de 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e o alcance de 45% na participação de energias renováveis na composição da matriz energética.

Sem dúvida representa uma pretensão ambiciosa, especialmente quando se constata que ao longo de décadas as metas pré-estabelecidas pelo País – e pela maior parte das nações industrializadas – foram negligenciadas e se constituíram apenas em retóricas de ocasião, quando o agravamento gradual e contínuo dos malefícios gerados pelo efeito estufa.

A novidade desta feita foi o envolvimento substancial dos setores empresariais brasileiros, dispostos a recuperar a desgastada imagem do Brasil nessa área e investir em contribuições para limitar o aumento da temperatura média da terra adotado procedimentos e tecnologias para recuperação ambiental e sustentabilidade no meio produtivo.

Nesse contexto, a preservação e a exploração racional da floresta amazônica representa o desafio maior, diante das suas dimensões, realidade econômica e dificuldades operacionais para realização de uma fiscalização eficiente.

O momento, portanto, é pertinente e propício para valorizar as comunidades nativas como importantes aliados nessa tarefa, parceiros estratégicos na defesa da soberania nacional em territórios que cada vez mais despertam a cobiça estrangeira.

Marginalizados pelo desprezo aos seus valores culturais, os povos indígenas sempre foram subjugados pelo interesse na exploração das riquezas naturais e minerais contidas nas áreas por eles ocupadas, sendo invariavelmente relegados à condição secundária nas prioridades definidas pelo Estado.

É de se esperar que as autoridades governamentais estabeleçam diretrizes rígidas visando a comunhão dos interesses indígenas às necessidades atuais e futuras do conjunto da sociedade brasileira, sem o que ficaremos à mercê da ingerência inoportuna internacional.

A geração de riqueza por meio da utilização consciente dos recursos naturais pode ajudar o País a reduzir seu débito social e contribuir para o entendimento de que somente uma natureza íntegra é capaz de garantir a saúde futura do planeta.

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação.

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