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Opiniões

17 DE MAIO DE 2016

Martyrs

Por: Da Redação

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bannerDefinitivamente não sou alguém que grita aos quatro cantos contra as refilmagens e remakes, muito pelo contrário, certas histórias merecem sim ganhar novos ou mais jovens públicos. Mas para contrariar isso, existem exemplos como Martyrs, que não acrescentam e nem fazem nada a não ser o que já existia no original.

Tudo bem que o tal original não é tão facilmente encontrado por aí (ok, na internet é bem simples fazer), mas é relativamente novo, de 2008, e ainda por cima faz parte de um importante “movimento” francês que remodelou o gênero do terror na primeira década do novo século (procurem por Alta Tensão, Fronteira e A Invasora entre outros). Um caminho que apostava no terror explícito, mas mais que visual, no incomodo horror psicológico de quase sempre colocava seus protagonistas frente a frente com algozes sádicos e assustadoramente reais.

Martys não só fazia parte desse movimento, como também se tornou um dos mais cults. Nele, uma órfã consegue fugir de um grupo de sequestradores, mas acaba mais tarde perseguindo-os pela via inteira. O fim de sua vingança coloca em dúvida ainda sua sanidade diante de sua amiga de infância, que tenta ajudá-la. Mas uma escada escondida na casa dos supostos agressores acaba sendo uma reviravolta que traz à tona as verdades sobre um passado aterrorizante.

martyrs-filmeQualquer coisa dita, anteciparia uma série de surpresas que fazem o filme ser tão inesquecível. Bem verdade, já o parágrafo anterior fala muito mais do que devia, mas o trailer da versão americana também o faz, então estamos quites.

E ai começam os problemas, Hollywood (leia-se aqui “cinema pop”) não aguenta mais ser original. Não sabe mais esperar pelo que tem depois da curva, e menos ainda consegue lidar com o que sai da escuridão. Portanto, o objetivo dos diretores Kevin e Michael Gostz parece mesmo ser entregar um “Martyrs Light”. Menos corajoso e menos interessante para um público que se contenta com a mediocridade.

Ainda que grande parte da versão original e da estrutura do filme sejam bem semelhantes ao original, em pouco tempo, o que fazia o espectador se encolher na cadeira é agora substituído por gritos e sangue “off screen”. Como se tudo que mais chocasse o seu público fosse retirado para, quem sabe, não ofender esses novo e frágil público que não tem nem a capacidade de ler uma legenda, pior ainda de dar de frente com um terror existencial que não tem o mínimo pudor de “despelar” sua personagem enquanto ela olha para seus olhos. Pesado não é? Então o melhor mesmo é substituir tudo por uns gritos e uma manchas vermelhas.

De bom nisso tudo, talvez a possibilidade dos novos espectadores, quem sabe, se interessarem pela existência do original e toda essa fase do cinema francês que mudou o gênero e vai fazer a festa dos fãs de terror.

Críticas sobre esse e outros filmes você pode encontrar no CinemAqui 

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