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Opiniões

03 DE OUTUBRO DE 2014

Mensagem das urnas

Por: Humberto Challoub

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Encerrado o período reservado à propaganda política, os 142 milhões de eleitores brasileiros aptos a votar neste domingo (5) terão a responsabilidade de escolher representantes para conduzir os destinos do País nos próximos anos. Mais do que fazer valer o exercício pleno da cidadania, o comparecimento às urnas representa, neste momento, a oportunidade de reforçar o sentimento evidenciado durante as manifestações ocorridas no ano passado.

Acentuar a mensagem das ruas e escolher candidatos comprometidos com as mudanças reivindicadas, especialmente as que denotam o aperfeiçoamento do regime político para tornar a legislação eleitoral menos permissiva, torna-se imperioso para evitar a banalização do processo de preenchimento dos cargos eletivos. A ninguém interessa alimentar a descrença sobre a real utilidade de realização e participação em processos eleitorais, diante da falta de perspectiva motivada pelo lançamento contínuo de candidaturas bizarras, pela complacência aos postulantes ficha suja e aceitação aos pleiteantes desprovidos de competência para assumir cargos na atividade pública. Moralização não pode ser confundida com cerceamento à liberdade de direitos, mas uma necessidade a qual todos, sem exceção, devem estar submetidos para assegurar a continuidade do estado democrático

Constatou-se que, mais uma vez, o período de campanha eleitoral restringiu a possibilidade de aprofundamento das discussões envolvendo os grandes temas de interesse nacional. Com superficialidade e requintes de produção, a publicidade eleitoral, especialmente a veiculada na televisão pelas candidaturas majoritárias, buscou formar esteriótipos de boa conduta e relacionar projetos de pequenas realizações específicas, com promessas de obras e prestações de serviços que, em princípio, devem fazer parte do cotidiano de qualquer administração pública.

Temas que mereceriam maior atenção por representar alicerces importantes para preparar as bases do País na busca pelo desenvolvimento sustentável, que incluem as políticas ambientais, industriais, agrícolas, educacionais, tributárias, energéticas, de infraestrutura e, sobretudo, de valorização humana, cederam espaços preciosos para os discursos ufanistas, ao denuncismo e às práticas populistas inebriadas pelo desejo de manutenção do poder a qualquer preço.

Não há como negar a evolução do processo democrático brasileiro, com a melhoria das tecnologias utilizadas, o aperfeiçoamento das regras eleitorais e a maior transparência oferecida para a fiscalização das candidaturas. Porém, o mesmo não se pode dizer dos métodos e práticas políticas utilizadas, que em boa parte se revelam dissimuladas, oportunistas e, por vezes, apelativas pelo desprezo aos valores éticos e morais. Aos candidatos (re)eleitos impõem-se a obrigação de decifrar com clareza a mensagem das ruas – e das urnas -, para alcançar o desenvolvimento econômico e as melhorias sociais almejadas por todos.

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