No final do último livro da Bíblia, o Apocalipse, encontramos uma invocação que é muito expressiva da espiritualidade do Natal: “Vem, Senhor Jesus” (Ap 22,20).
Ela expressa a alegre expectativa da humanidade: o Senhor que veio na fragilidade de uma criança, que virá glorioso nos últimos tempos, continua vindo sempre ao nosso encontro.
No Natal, celebramos o mistério desta presença oculta, mas real. Porque oculta, nem todos a reconhecem.
Como nos aproximamos dele?
Como Maria e José escolhidos para participarem tão intimamente do mistério da salvação?
Como os pastores que buscam luz na noite escura e fria?
Como os magos do oriente que se deixam guiar pela estrela visível por todos, mas que só eles entendem seu significado mais profundo?
Ou o rejeitamos como os que não tem lugar em sua casa para acolher este peregrino?
Ou somos também mal-intencionados, e, como o rei Herodes, temeroso do novo, só desejamos eliminá-lo?
No presépio contemplamos a realidade misteriosa da encarnação de Cristo.
No presépio da vida Ele é encontrado em todo gesto de acolhida, de amor, de fraternidade, de paz.
Ele é rejeitado em toda discriminação, ódio, agressão, guerra.
Grande acontecimento da manifestação da presença do Senhor nos dias atuais da Igreja é o Sínodo por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão.
No presépio da vida atual somos chamados a contemplar o Senhor também nesta realidade, buscando um mundo onde todos sejam realmente irmãos.
Feliz Natal, com a paz do Senhor aos seus amados!
Dom Tarcísio Scaramussa é bispo diocesano de Santos
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