Quem está louco é o homem.
Não acorda para o essencial, mas mergulha no acidental.
Quer dinheiro, acima de qualquer coisa.
Até de sua vida. Que é única e que é curta. Quem vive mais do que cem anos?
E o que significa um século na História? Quase nada.
São poucas décadas para fazer algo que valha a pena. Porém, escolheu destruir o seu habitat.
Assumiu uma vocação suicida, acelerando o fim da aventura humana sobre o planeta.
Quem é que não percebeu ainda que o mundo está sofrendo os efeitos dos maus tratos?
Aqui no Brasil, terra abençoada, onde não há terremotos, os furacões e ciclones eram exceção, o que se tem visto?
Um contraste evidente entre precipitações pluviométricas excepcionalmente intensas e uma seca inexplicável.
Chuvas torrenciais e baixa vazão dos rios, tudo ao mesmo tempo.
Foi o que aconteceu no Acre e Roraima, na tão falada Amazônia – (falada e mal amada; estão conseguindo acabar com ela).
Enquanto no Acre as enchentes provocaram mortes e quase a totalidade do território vivia situação de emergência, em Roraima a falta de chuva provocou queimadas que enfumaçaram Boa Vista.
Em lugar de “boa” vista, ali não se enxergava nada!
Insana e irracional, prossegue a escalada do desmatamento.
Quem desmata está apressando o fim da História.
Pois as árvores, além de absorverem o gás carbônico, mediante o fenômeno da ecotranspiração, geram chuva.
A chuva boa e necessária para alimentar o lençol freático.
Não a chuva assassina que arrasta o que vê pela frente, na maior parte das vezes recuperando o que se subtraiu às águas.
Pois uma ocupação indiscriminada de áreas impróprias à construção, faz com que a água reprimida escoe por onde possa.
É o que acontece nas enchentes e alagamentos que ocorrem nas cidades que cometeram o erro crasso de “retificar” seus rios.
Impedindo o seu curso natural, canalizam aquilo que passa a ser condutor de imundície, pois a total ignorância da população contribui para o que antes era vivo, se converta em líquido fétido e morto.
A transportar o desperdício de uma sociedade que não leva a sério a higiene de suas cidades.
O bicho-homem desmata, polui, maltrata as águas.
Depois é o clima que está louco?
José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
Deixe um comentário