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Opiniões

08 DE AGOSTO DE 2024

Não é o clima que está louco

José Renato Nalini

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Quem está louco é o homem.

Não acorda para o essencial, mas mergulha no acidental.

Quer dinheiro, acima de qualquer coisa.

Até de sua vida. Que é única e que é curta. Quem vive mais do que cem anos?

E o que significa um século na História? Quase nada.

São poucas décadas para fazer algo que valha a pena. Porém, escolheu destruir o seu habitat.

Assumiu uma vocação suicida, acelerando o fim da aventura humana sobre o planeta.

Quem é que não percebeu ainda que o mundo está sofrendo os efeitos dos maus tratos?

Aqui no Brasil, terra abençoada, onde não há terremotos, os furacões e ciclones eram exceção, o que se tem visto?

Um contraste evidente entre precipitações pluviométricas excepcionalmente intensas e uma seca inexplicável.

Chuvas torrenciais e baixa vazão dos rios, tudo ao mesmo tempo.

Foi o que aconteceu no Acre e Roraima, na tão falada Amazônia – (falada e mal amada; estão conseguindo acabar com ela).

Enquanto no Acre as enchentes provocaram mortes e quase a totalidade do território vivia situação de emergência, em Roraima a falta de chuva provocou queimadas que enfumaçaram Boa Vista.

Em lugar de “boa” vista, ali não se enxergava nada!

Insana e irracional, prossegue a escalada do desmatamento.

Quem desmata está apressando o fim da História.

Pois as árvores, além de absorverem o gás carbônico, mediante o fenômeno da ecotranspiração, geram chuva.

A chuva boa e necessária para alimentar o lençol freático.

Não a chuva assassina que arrasta o que vê pela frente, na maior parte das vezes recuperando o que se subtraiu às águas.

Pois uma ocupação indiscriminada de áreas impróprias à construção, faz com que a água reprimida escoe por onde possa.

É o que acontece nas enchentes e alagamentos que ocorrem nas cidades que cometeram o erro crasso de “retificar” seus rios.

Impedindo o seu curso natural, canalizam aquilo que passa a ser condutor de imundície, pois a total ignorância da população contribui para o que antes era vivo, se converta em líquido fétido e morto.

A transportar o desperdício de uma sociedade que não leva a sério a higiene de suas cidades.

O bicho-homem desmata, polui, maltrata as águas.

Depois é o clima que está louco?

 

José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

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