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Opiniões

05 DE NOVEMBRO DE 2025

O calor mata

José Renato Nalini

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Não é brincadeira. O calor mata.

E os anos 2023 e 2024 foram os mais quentes da História. Acham que 2025 será diferente?

O mundo já superou o aumento de 1,5º C que se comprometera não atingir há dez anos, quando as nações assinaram o Acordo de Paris, que agora foi novamente rechaçado pela potência responsável por 50% da emissão venenosa dos gases causadores do efeito estufa.

O calor é registrado em todo o Brasil. Mas quem cuidou de avaliar a situação local foi BH, capital das Minas Gerais. Ali, a temperatura subiu 3 graus e o desconforto térmico é maior em regiões áridas, pouco arborizadas e periféricas.

O calor extremo é um desastre causado pelo homem, que negligencia os fatores que mantêm a saúde do planeta e a sua própria.

Mas a notícia que deve preocupar a todos é que o calor extremo leva à morte.

Um estudo publicado em 2024 calculou o excesso de óbitos durante ondas de calor em catorze regiões metropolitanas do Brasil.

Entre 2000 e 2018, foram identificadas 48 mil mortes em excesso atribuídas ao aumento da ocorrência e da intensidade de ondas de calor nessas regiões.

Tal soma representa mais de vinte vezes o total de mortes relacionadas a deslizamentos de terra no mesmo período.

Por vivermos em país tropical, pensamos estar acostumados com o calor. Este não vai aparecer nos assentos de óbito: causa mortis: calor.

Mas é o gatilho que deflagrará os infartos, os AVCs, todas as doenças dos sistemas cardiovascular, respiratório e neoplasia. Mais comuns entre idosos e com outras comorbidades.

O remédio, todos sabem e está ao alcance de todos: a arborização.

A árvore é a melhor tecnologia para reduzir as temperaturas urbanas, diz o cientista José Goldemberg, um dos maiores do mundo.

Essa declaração deveria ser assimilada por toda a cidadania brasileira, para que ela não só viesse a exigir plantio dos Governos – federal, estadual e municipal – mas também cobrasse a participação do empresariado, da Academia, da sociedade civil e de si própria.

Afinal, plantar uma árvore não exige qualificação técnica específica.

E é um prazer enorme devolver à natureza aquilo que dela tem sido cruelmente subtraído no decorrer dos séculos.

 

José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo

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