Chips implantados e conectados a wearables, tatuagens digitais e exoesqueletos, tecnologias de realidade aumentada e metaverso em pleno desenvolvimento.
O futuro que ontem estava próximo, hoje já é real. Enquanto esperamos pela propagação do 5G no Brasil todo, em alguns lugares do mundo já se discute quando será implantada a sexta geração de acesso à rede.
A velocidade com que as inovações chegam ao nosso alcance são absurdas e a tecnologia parece não ter limites para sua expansão.
A transformação digital move o curso de nossas vidas e a convivência com novas ferramentas torna nossa rotina cada vez mais prática e, porque não dizer, confortável.
Quando menos esperarmos, implantes cerebrais de memória e microdispositivos implantados nas mãos para substituir identificações e senhas pessoais serão algo tão corriqueiro como o pagamento por aproximação de cartões, por exemplo.
Não é incrível pensarmos que há 10 anos iriamos falar sobre sistema NFC e carros que andam sozinhos?
Esses temas eram assuntos apenas para um número restrito de veículos especializados em tecnologia avançada.
Hoje, é possível fazer pagamentos por aproximação em praticamente todos os lugares e a produção de veículos autônomos pode salvar a indústria automobilística da bancarrota.
A evolução tecnológica impacta diretamente na vida das pessoas, transformando ações cotidianas em uma verdadeira experiência de inovação.
Assim como a aplicação da internet das coisas e da inteligência artificial inserida no ambiente das realidades dimensionais, experiências voltadas a organismos cibernéticos estão sendo desenvolvidas ao redor do mundo e com resultados tão incríveis que podem, em um intervalo de tempo relativamente curto, também passar a fazer parte da rotina de muitas pessoas, como o caso de Neil Harbisson, que nasceu com uma condição visual rara, chamada acromatopsia, que consiste em enxergar apenas tons de cinza.
Ele instalou uma “antena” em seu crânio que funciona como um sensor de cores.
Criaturas futuristas que possuem características humanas e sobre-humanas a partir de um corpo robótico fazem parte do nosso imaginário há décadas, como personagens de histórias de ficção científica.
No entanto, a existência de ciborgues não se limita apenas às páginas dos livros de Isaac Asimov ou das ilusões cinematográficas de ‘Star Wars’, ‘Blade Runner’ ou do Exterminador do Futuro.
Você já ouviu falar na Barata-Robô? Inspirado no acidente nuclear provocado em 2011 na cidade japonesa de Fukushima, uma equipe de neurocientistas liderada por Bill Reith desenvolveu um projeto chamado Roboroach, transformando baratas vivas em pequenos cyborgs controlados por smartphone.
Os insetos respondem a estímulos elétricos para seguir em determinadas direções, a partir de comandos por controle remoto, conectado ao corpo do animal através de uma pequena bateria.
A barata obedece quase que instantaneamente aos comandos do dispositivo eletrônico e se movimenta por meio de pulsos elétricos que estimulam sua reação.
O projeto foi lançado com sucesso no Kickstarter e teve o apoio de 183 financiadores que desembolsaram mais de 12 mil dólares, dando vida ao projeto. Para o engenheiro da Backyard Brains, o projeto bem-sucedido na plataforma de crowdfunding motivou a criação de ferramentas de neurociência pelos seus alunos da plataforma online Maker Faire.
O kit disponível aos apoiadores se utiliza de microestímulos dos nervos da antena do inseto, provocando reação aos comandos de controle feitos por um smartphone comum.
De acordo com a definição usual, um ciborgue é um organismo vivo no qual foi incorporado uma estrutura ou elemento cibernético, combinando partes orgânicas e mecânicas do corpo.
Teoricamente, qualquer organismo vivo pode se transformar em um ciborgue, seja pela inserção de microchips na pele humana, seja pela conexão de um dispositivo protético externo.
A exemplo do projeto desenvolvido pela equipe da Backyard Brains, inovações no estilo “do it yourself” são estimulantes para que continuemos a explorar o mundo fascinante que conhecemos como corpo humano.
Temos pessoas com implantes cocleares, marcapassos cardíacos e lentes de contato com biometria. Podemos dizer que o nosso organismo é uma máquina incrível, e quando a tecnologia for bem aplicada, pode ampliar e melhorar nossas capacidades.
A hiper conectividade continua a romper barreiras e essa integração cada vez maior de pessoas com a tecnologia traz a sensação de que o futuro está cada vez mais perto e diante de nós.
Bill Reith e sua ‘Roboroach’ são apenas uma das atrações da #CPBR14 desse ano. A edição 2022 terá mais de mil palestrantes e mais de 500 atividades práticas imperdíveis!
Tonico Novaes é CEO da Campus Party Brasil.