O pacto dos lobos | Boqnews

Opiniões

18 DE ABRIL DE 2013

O pacto dos lobos

Por: Da Redação

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Mina, o indígena norte-americano Iroquai, em cena de ação enfrentando a
Mina, o indígena norte-americano Iroquai, em cena de ação enfrentando a “Besta de Gévaudan”

A região rural de Gévaudan, no interior de uma França do
século 18, está sendo atacada por um estranho e mortal animal denominado de “Besta
de Gévaudan”. O rei, então, clama por ajuda externa para conseguir identificar
a fera e, posteriormente, detê-la, contratando os serviços de um experiente
naturalista francês, que tem como braço direito um misterioso indígena da tribo
norte-americana Iroquai.

Quando a dupla começa suas investigações, descobre que o
animal se classifica como um ser quimérico, impossível de traçar
características com qualquer outro animal já visto andando por terra. A partir
daí, começa nascer no enredo uma trama que envolve terror, mistério e suspense,
prendendo o espectador na procura de uma verdade e, ao mesmo tempo, introduzindo
certa e cautelosa dose de ação não gratuita.

O mais interessante em ver este filme é saber que foi baseado
em uma história
real
. Mas, claro, a formulação e adaptação do assunto para apresentar uma
produção, também merecem seus créditos. As atuações de quase todos os personagens
são muito boas.  Como a montagem dos
cenários, os sítios escolhidos para fazer quadros mais abertos são
perfeitamente trabalhados. O único pecado tecnológico – que passa batido diante
do bom conteúdo apresentado – é os efeitos especiais usados em poucos momentos
do filme.

Em uma grossa análise, começar assistir O Pacto dos Lobos dá
a impressão em que vamos entrar em um filme no melhor estilo Van Damme. Mas,
por uma singela surpresa, o filme se revela adulto o suficiente para não cair
em um clichê barato e, sendo assim, que honra sua linhagem de filmes europeus.  

Os diálogos são tão precisos que não encontramos dificuldade
alguma em entender o quê está se passando na história. Os textos dão uma coesão
eficiente para cada ato do filme, indicando posições e tempos perfeitamente
assimilados por quem assiste.

Durante todo o filme, a câmera faz cortes artísticos de uma
cena para outra, tornando-o uma sequência narrativa temporal, divertida de se
acompanhar. Em certo momento, por exemplo, a visão subjetiva passeia pelo corpo
de uma mulher e, quando chega aos seus seios, o corte é feito e eles se
transformam em uma bela montanha (genial!).

Outro ponto interessante de se observar é como a câmera nos
indica, diante de pinturas, quadros, esculturas e escrituras, como o pequeno
povoado vai aceitando a figura da besta como algo folclórico, ou até uma
mensagem divina. Uma coisa que já está enraizada em um coração tomado pelo
medo. Medo este que, pode ser totalmente comparado ao dos impostos por diversas
escrituras religiosas. Talvez, o filme possa mostrar, subjetivamente, como
nasce uma verdade hegemônica plantada com as sementes da mentira.

Dividindo perfeitamente o tempo entre as conversas, as lutas,
as mortes e o desencadeamento dos fatos, que levam a trama para momentos
totalmente drásticos, é uma virtude muito bem aceita aos nossos olhos. Ainda
mais se tratando de mais um eficiente trabalho, feito por cineastas
contemporâneos franceses que bebem de outras fontes, mas nunca deixam de buscar
a verdadeira essência da Sétima Arte.


Ficha Técnica

O Pacto dos Lobos

(Le Pacte des Loups,
2001)

Diretor: Christophe Gans

Roteiro:  Stéphane Cabel / Christophe Gans

Elenco:
Samuel Le Bihan, Vincent Cassel, Emilie Dequenne, Monica Bellucci, Jérémie
Rénier, Mark Dacascos, Jean Yanne, Jean-François Stévenin


Trailer:


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