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Opiniões

17 DE MAIO DE 2019

O plano que falta à Educação

Por: Humberto Challoub

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Apesar de pouco tempo à frente da pasta da Educação, o ministro Abraham Weintraub tem obtido notoriedade por criticar o desempenho das universidades públicas e, sobretudo, os gastos para a manutenção das atividades ligadas à pesquisa. De forma exagerada e generalizada, o atual ministro tem condenado o modelo educacional brasileiro, contudo ainda não ofereceu um plano adequado para valorizar e desenvolver um setor que, como há muito se sabe, é prioritário por ser essencial ao projeto de recuperação social e econômico do País.
Inegavelmente, no atual estágio em que a sociedade brasileira se encontra, as carências sociais e a omissão das famílias nos processos inerentes à formação para o convívio em sociedade representam os primeiros obstáculos para o desenvolvimento dos processos de aprendizado, porém o mal maior reside na ausência de políticas educacionais públicas consistentes e duradouras.

Criar infraestruturas adequadas, valorizar e aperfeiçoar corpos docentes, estabelecer padrões mínimos de ensino, aplicar métodos compatíveis com a realidade atual e, sobretudo, estimular e integrar as famílias ao cotidiano das escolas são algumas das teses que, apesar da obviedade que ensejam diante do sucesso obtido nas poucas experiências isoladas colocadas efetivamente em prática, nunca foram adotadas de forma massiva, com a mobilização, investimentos, rigor e continuidade necessárias para promover as mudanças que o Brasil tanto almeja. O abandono da educação propiciou o motocontínuo da ignorância, substituída por uma didática da violência que precisa ser abolida em nossas escolas para cessar o atual quadro de beligerância estabelecido.

Para uma nação que necessita retomar o caminho do progresso, a ausência de uma política educacional visando ampliar a oferta de mão de obra qualificada já é vista como uma ameaça por ser um agente inibidor do crescimento econômico, visto que afeta diretamente setores essenciais das cadeias produtivas, especialmente o comércio, serviços de saúde, indústria de transformação, do turismo e construção civil.

Evidencia-se assim a necessidade de introdução de programas profissionalizantes no ensino básico, bem como a criação de leis de incentivo fiscais, a exemplo do que já existe nas áreas da cultura e do esporte, para favorecer o aumento dos recursos disponíveis à educação. Ao ministro, portanto, cabe o entendimento de que deve cumprir um papel conciliador, congregando esforços sem bandeiras ideológicas e ciente de que a educação deve ser encarada como alicerce para a melhoria da qualidade de vida da população e não como um palanque para retóricas maniqueístas.

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