Ao completar 476 anos de fundação neste 26 de janeiro, a cidade de Santos, principal município do litoral paulista, tem pela frente inúmeros desafios para continuar oferecendo elevados índices de qualidade de vida à sua população e, sobretudo, condições e oportunidades para consolidar um novo modelo de desenvolvimento social e econômico.
Um dos importantes cenários da história brasileira, a partir da formação do porto que permitiu – e permite até hoje – o fortalecimento do comércio internacional; e porta de entrada do grande contingente de imigrantes que contribuiu para a formação do perfil da população brasileira, o município assistiu nas últimas décadas a deterioração de setores importantes, limitando a expansão de atividades e acelerando a degradação física de áreas comerciais tradicionais, como as localizadas no centro e em bairros turísticos, como o Gonzaga.
Sem políticas efetivas de direcionamento para atrair novos investimentos, a Cidade se transformou em exportadora de talentos profissionais que não encontram em sua terra natal as condições e oportunidades necessárias para prosperar e, assim, poder contribuir para o fortalecimento da economia local.
Da mesma forma em que Santos deve regozijar o fato de possuir inúmeros atrativos históricos e de belezas naturais, deve lamentar a incipiência dos seus segmentos turísticos, caracterizados pelo seu perfil balneário, que limita a possibilidade de crescimento de um setor capaz de, a exemplo de inúmeras outras cidades do Brasil e do mundo, oferecer oportunidades de negócio e trabalho o ano todo e não apenas em temporadas de verão.
Igualmente relevante é o déficit de mão de obra especializada, pela ausência de estímulos ao empreendedorismo, especialmente para as novas demandas nas áreas de tecnologia. A escassez de profissionais qualificados já está sendo considerados como um dos principais entraves alcançar metas de desenvolvimento almejados.
Sucessivas pesquisas realizadas por grandes empresas revelaram que a grande maioria delas continuam com dificuldades em contratar pessoal especializados para novos projetos.
A falta desses profissionais já representa um fator que impactará profundamente os negócios nas próximas décadas, quadro que pode ser revertido com políticas consistentes de formação educacional.
Mais do que nunca torna-se necessário unir esforços, empresariais e públicos, em torno de diretrizes comuns visando estabelecer metas de desenvolvimento, de forma a priorizar e estimular ações voltadas a recuperar a pujança de uma Cidade que merece manter o protagonismo no presente e no futuro.
Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação.