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10 DE FEVEREIRO DE 2023

Qualificar para desenvolver

Por: Humberto Challoub

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Apesar perspectivas favoráveis projetadas para a recuperação da indústria brasileira anunciadas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que também responde pelo ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a retomada do setor terá que enfrentar um grande desafio inicial: a escassez de mão de obra qualificada.

Considerado como um dos principais entraves para o País elevar os níveis de produtividade, a falta de profissionais qualificados representa um fator impeditivo para alcançar as metas preconizadas para as próximas décadas.

Os desafios a serem superados para evitar os prejuízos causados pelo que já vem sendo chamado de “apagão da mão de obra” são imensos, especialmente quando se sabe da necessidade de realização de grandes obras públicas e privadas e pelo movimento provocado em razão da necessidade de potencializar a capacidade de o País se consolidar como um dos maiores produtores e fornecedores de energia verde do mundo.

Diversos estudos elaborados por instituições envolvidas em gestão de recursos humanos e preparação de quadros de pessoal, há muito chamam a atenção para a carência de profissionais qualificados para atender a contento a demanda que será gerada caso se confirme os investimentos e estímulos previstos para a atividade industrial.

A negligência com as políticas de educação pública, fruto do desinteresse irresponsável de governos seguidos, condenou o trabalhador brasileiro à desqualificação.

Setores como metalurgia, construção civil e saúde há muito encontram dificuldades de contratar profissionais em quantidade suficiente para atender suas necessidades, uma tendência que agora começa a afetar outros segmentos importantes como os ligados às áreas de turismo, construção naval e tecnologia.

A tarefa de preparar a mão de obra necessária para alavancar o desenvolvimento brasileiro passa obrigatoriamente por uma política de educação consistente, com a valorização do ensino básico e profissionalizante, este último muitas vezes considerado uma atividade menor.

Para tanto, há necessidade priorizar o setor educacional, com a valorização dos quadros docentes – para torná-los atrativos – e a realização de investimentos contínuos na capacitação dos professores.

Da mesma forma, é preciso ampliar a rede de escolas públicas que oferecem cursos profissionalizantes, adequados às necessidades regionais.

Sem isso, dificilmente será possível formar novas gerações de profissionais capazes de ocupar, com eficiência e responsabilidade, as vagas a serem oferecidas.

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

 

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