Reflexão sobre abusos eleitorais | Boqnews

Opiniões

15 DE MAIO DE 2024

Reflexão sobre abusos eleitorais

Wilson Pedroso

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

As recentes falas de Lula, durante ato de entidades sindicais no feriado do Dia do Trabalho, repercutiram no país todo.

Ao pedir votos para o pré-candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, o presidente foi acusado de cometer abuso eleitoral.

O caso deverá ser avaliado pela Justiça Eleitoral, acionada pelo MDB) e o União Brasil-SP, que também pretendem lançar candidatos nas eleições municipais deste ano, na capital paulista.

Mas, independentemente de haver confirmação, ou não, de descumprimento da lei, o caso nos convida a uma reflexão.

Os episódios de abuso eleitoral levantam questões importantes, para muito além das disputas políticas e partidárias.

A principal delas é sobre o rigor da legislação eleitoral no Brasil.

O Tribunal Superior Eleitoral trabalha de forma eficiente, mas as condenações, na maior parte das vezes, estabelecem multas e outras punições de pequeno impacto para o político condenado.

O simples pagamento de multa, com valor irrisório dentro de uma campanha eleitoral, é pouco. Não resolve o problema.

Só teremos respeito integral à legislação quando as punições forem mais duras, lesando de forma significativa o candidato ou pré-candidato que vier a se beneficiar de atos de flagrante abuso.

O político condenado não pode permanecer com a sensação de impunidade, porque é isso o que encoraja a reincidir no erro.

A grande dificuldade nesse sentido é que as leis não são elaboradas pelo Poder Judiciário.

Elas são de autoria do Executivo, ou seja, são feitas pelos próprios políticos, que não parecem muito dispostos a cortar da própria carne.

Dentro desse contexto, o eleitor tem papel importante, já que a maior punição a um candidato é a perda de votos.

Cada um de nós, cidadãos, podemos exigir que os candidatos conheçam as regras das campanhas, garantindo disputas limpas e respeitosas.

Pela norma, as campanhas começam oficialmente em agosto, logo após o prazo de registro de candidaturas.

E apenas depois de ter a candidatura autorizada pela Justiça Eleitoral é que o candidato pode pedir votos e divulgar o número para as urnas.

Neste ano, teremos mais de 500 mil candidatos concorrendo a 67.800 cargos eletivos, em todos os municípios brasileiros.

É fundamental que conheçam a legislação eleitoral desde já e acatem as proibições tanto no período da pré-campanha, quanto no período eleitoral.

Uma democracia forte se constrói com respeito.

 

Wilson Pedroso é consultor eleitoral e analista político com MBA nas áreas de Gestão e Marketing

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.