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06 DE OUTUBRO DE 2023

Riscos e reflexos de uma greve

Por: Humberto Challoub

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Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O direito de greve está assegurado na Constituição Federal, ou seja, todo trabalhador pode reivindicar suas garantias.

No entanto, é importante avaliar as consequências que a greve pode causar para toda a população.

Afinal, existem serviços que são extremamente fundamentais para a sociedade, como a área de saúde, transporte, coleta de lixo e segurança.

Imagina se a maioria dos médicos que atende no Sistema Único de Saúde (SUS) aderir a uma greve?

Certamente, milhares de brasileiros iriam morrer na porta do hospital.

No caso do transporte, uma greve não traz um impacto mortal, como uma paralisação dos médicos.

Entretanto, é importante ressaltar que um hospital não é só feito de médicos.

Em uma unidade hospitalar existem enfermeiros, funcionários da limpeza, seguranças, atendentes, entre outros profissionais, que para chegar ao trabalho necessitam do transporte público, sobretudo em São Paulo, onde o rodízio é uma realidade.

Nesta semana, funcionários do metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e da Sabesp entraram em greve.

O motivo da paralisação é o projeto de concessão e privatização destas companhias pelo Governo do Estado de São Paulo.

Dessa forma, não houve um pedido de reajuste salarial ou por direitos previstos na carteira de trabalho.

A greve causou um grande tumulto na capital e na Grande São Paulo, milhares de trabalhadores não conseguiram chegar ao emprego, incluindo as pessoas que moram na Baixada Santista e trabalham no Planalto.

Prejuízos

Por mais que o Governo Estadual tenha decretado ponto facultativo, uma boa parte dos trabalhadores tentaram a sorte e usaram outros meios para chegar ao emprego.

Um deles foi o uso do carro por aplicativo que teve um aumento significativo no preço por parte das empresas, fazendo valer a velha lei da oferta e demanda.

Algumas pessoas tiveram a sorte de utilizar linhas que não sofreram com a greve, justamente as privatizadas, porém elas também apresentaram problemas.

A greve teve a participação de diversos sindicatos.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) classificou a greve como ilegal e abusiva, tendo motivações políticas.

Por outro lado, a oposição cita que existe um interesse nas privatizações e que os funcionários terão direitos cortados e as tarifas subirão.

Nesta briga ideológica, quem perde é a população que não teve o direito de ir e vir.

A Justiça também tem parcela de culpa nesta questão, afinal os sindicatos sugeriram a catraca livre, como forma de evitar a paralisação, mas o pedido foi negado.

É preciso deixar claro que a greve pode ser feita. Porém, é necessário ter argumentos e formas de como uma paralisação deva acontecer para amenizar os danos para a população.

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

(*) João Silva – interino

 

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