Ser pai é um negócio complicado.
Mesmo com sua participação sendo fundamental na concepção, e estando presente durante os nove meses de gestação, ele jamais saberá a intensidade do sentimento materno.
Afinal, mãe e filho já se conhecem por dentro.
O mundo mudou, mas mesmo que o pai ainda pague a conta de energia, o que não é mais regra, é a mãe que dá à luz!
O instinto materno é intenso, protetor, enquanto o zelo paterno, embora também cuide, quer que os filhos enfrentem a vida, saiam para o mundo!
O cordão umbilical do espírito da mãe quer manter sempre perto, enquanto o pai prefere monitorar à distância, atento a sinais que demandem socorro, apoio ou conselho.
Não há regra sem exceção, e há mães que também são “pais”, e pais que são “mães”.
Afinal, a vida nos prega surpresas, e nem sempre as pessoas estão prontas para assumir a responsabilidade de criar seres humanos, ainda mais num mundo cheio de perigos.
Para os que entendem a importância de seu papel perante a humanidade e seu futuro, acompanhar todas as fases da vida dos filhos é uma missão que só termina quando a vida se esvai.
E mesmo quando os pais não mais estão presentes, o carinho, a atenção, os valores e os bons exemplos permanecerão, norteando a vida dos filhos, quiçá dos netos e de toda a sua descendência.
O pai é tão consciente de seu papel, que entende perfeitamente o sentido da frase: “Mulheres e crianças primeiro!”, pois sabe que o destino da humanidade está no ventre materno e em seus benditos frutos.
O pai é o responsável pelos “nãos”, que devem ser justificados; e, quase sempre, pelos “sins”, exortando a superar desafios, os quais devem ser acompanhados de orientações.
O pai deve ser um exemplo a ser seguido, mas nunca imposto, pois cabe a cada um escolher seu caminho.
Aos pais cabe dar os “instrumentos” necessários para uma viagem segura pela vida e auxílio, sempre que necessário.
Aí, ele também deve dar à luz, conferindo à família sua melhor e divina condição!
Família, que a infelicidade de alguns critica, e que certas ideologias querem destruir.
No entanto, não há vínculo que seja mais forte, ainda mais quando amor e amizade estão presentes, e a autoridade e ascendência são exercidas sem opressão, sem deixar fardos aos filhos.
Ser pai envolve muitas responsabilidades, inclusive a de não fugir delas ou terceirizá-las a estranhos.
E seu maior prêmio é, mais do que ser respeitado e obedecido, o de ser amado pelo conjunto da obra!
Em suma, é como diz a antiga publicidade: “Não basta ser pai, tem que participar!”, em nome de melhores dias para a humanidade.
Adilson Luiz Gonçalves é escritor, engenheiro e pesquisador universitário membro da Academia Santista de Letras
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