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05 DE JULHO DE 2024

Verborragia desnecessária

Humberto Challoub

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Em nada contribuem os constantes ataques promovidos pelo presidente Lula, e pelas principais lideranças do PT, à política de juros adotada pelo Banco Central (BC) para manter o índice de inflação de acordo com as metas estabelecidas para este ano, fixada em 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Ao contrário. Os constantes ataques retóricos à conduta do presidente daquela instituição, Roberto Campos Neto, e à garantia de atuação autônoma do BC, tem servido tão somente para ampliar a desconfiança em relação à seriedade e à competência do atual Governo na gerência das finanças públicas federais.

A verborragia de Lula insinuando desejos intervencionistas na condução da política monetária somada à perspectiva de não cumprimento da meta do arcabouço fiscal estabelecida pela sua equipe econômica, de déficit zero, gera insegurança para a realização de investimentos no País oriundos do exterior e a fuga de capitais para outros mercados com maior estabilidade e oferta de garantias.

Da mesma forma, a insistência de Lula em continuar atribuindo a outrem as consequências dos movimentos especulativos, que têm resultado na desvalorização da moeda brasileira e consequente alta do dólar, torna clara sua incapacidade em aceitar as reais razões que configuram o atual cenário de instabilidade econômica.

Como de costume, Lula ressuscita velhos jargões maniqueístas colocando-se como vítima de um processo sistemático desencadeado por oposicionistas e parte da imprensa, para depreciar o seu governo.

Na verdade, ao agir assim, tenta camuflar a ideia central de sua proposta para à área econômica: transformar o Estado como principal indutor da economia o que, na prática, invariavelmente se revela como uma tese equivocada pois resulta em maior endividamento do País e crescimento da inflação, conforme atestado em passado recente.

Isso porque, impõe sacrifícios ainda maiores aos setores produtivos responsáveis pela arrecadação de impostos afim de custear uma máquina pública por demais onerosa diante as imensas necessidades da população, especialmente dos milhões de brasileiros ainda relegados à pobreza.

Assim, ao invés de identificar pseudos culpados pelo atual desarranjo da economia nacional, Lula deveria apertar cintos e liderar um movimento de redução de despesas, por meio da implementação de uma reforma administrativa capaz de tornar a máquina pública menos custosa e mais eficiente, com o fim das muitas vantagens e benesses concedidas a determinados setores do funcionalismo.

O Brasil precisa de bons exemplos de austeridade fiscal e honestidade de propósito na aplicação dos recursos disponíveis ao invés de retóricas contraditórias.

 

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

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