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Opiniões

24 DE AGOSTO DE 2015

Vítimas da irresponsabilidade

Por: Humberto Challoub

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Apesar da insistente retórica do Governo Federal visando minimizar as consequências da crise econômica vivida pelo País, deflagrada pelo descontrole nas contas públicas, seus efeitos maléficos já começam a ser sentidos com mais intensidade em vários setores da economia e ameaçam comprometer as tentativas de retomada do crescimento da economia interna para os próximos anos, contrariando assim as previsões – e pretensões – de assegurar vagas de trabalho com a manutenção dos níveis da produção nacional de bens e serviços.

A divulgação pelo IBGE, esta semana, da taxa de desemprego no Brasil, não deixa dúvidas em relação à gravidade da crise: atingiu 7,5%, na sétima alta mensal consecutiva. É o maior índice registrado para meses de julho desde 2009, quando alcançou 8%. Descontadas as ações especulativas, estimuladas pela grande repercussão que ela ganhou na mídia, é preciso reconhecer que a insegurança motivada pelas incertezas em relação aos comportamentos dos mercados no futuro estão resultando em uma imediata retração do consumo e no adiamento dos investimentos de médio e longo prazos, interrompendo, de sobressalto, a execução de planos estruturantes e a aplicação de recursos disponíveis em projetos voltados à melhoria produtiva e patrimonial.

Com isso, mais uma vez, adia-se a perspectiva de acelerar e consolidar ações imprescindíveis para a conquista definitiva do desenvolvimento social e econômico do País, que ainda continua submisso às intempéries políticas e às volatilidades externas. Lamenta-se que diante da escalada do desemprego, o Governo ainda não tenha adotado de forma efetiva práticas de austeridade e de racionalização no uso dos recursos arrecadados da população, instrumentos fundamentais para a manutenção do equilíbrio financeiro do País que deveriam acompanhar as administrações públicas, em momentos ou não de crise.

Há muito a população brasileira paga por contas que não contraiu, arcando com prejuízos oriundos da incompetência, irresponsabilidade – e também má fé – de governantes, dando margem aos artífices do capital especulativo. Torna-se fundamental, nesse momento, enfatizar a geração de renda por meio da ocupação de trabalhadores em projetos voltados à melhoria das condições de vida da população, como habitação, saneamento e infraestrutura urbana.

Ações de fundamental importância que devem figurar entre as principais prioridades das autoridades públicas. Afinal, ao invés de distribuir perdas geradas pela incompetência administrativa, são as riquezas produzidas pelo trabalho que devem ser compartilhadas em benefício de todos.

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