Novo teste molecular permite detectar o HPV antes que ele cause lesões | Boqnews
Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

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22 DE MAIO DE 2025

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Novo teste molecular permite detectar o HPV antes que ele cause lesões

Segundo oncologista, o novo teste é um avanço na prevenção do câncer

Por: Da Redação

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Um novo exame vem transformando a forma como se detecta o vírus HPV, responsável por mais de 90% dos casos de câncer de colo de útero. Trata-se do teste molecular de DNA, que oferece diagnóstico mais precoce e eficaz que o tradicional Papanicolau. A oncologista Ticila Melo explica como o novo método pode salvar vidas ao antecipar o tratamento.

“O teste molecular busca identificar a presença do vírus no organismo por meio da coleta de material genético”, afirma a médica. “Já o Papanicolau, que é o método tradicional, detecta alterações celulares causadas pela infecção. Ou seja, o vírus já causou alguma lesão.”

A diferença entre os exames está justamente na capacidade de detectar o HPV antes que ele provoque alterações visíveis no colo do útero.

“Essa é a grande vantagem do novo teste. Ele identifica o vírus mesmo antes do aparecimento de sintomas ou lesões. É um avanço na prevenção do câncer”, reforça a oncologista.

Prevenção

De acordo com Ticila Melo, a prevenção ainda é a melhor forma de combater o câncer de colo de útero, que é silencioso em suas fases iniciais.

“Estima-se que mais de 90% dos casos estejam ligados ao HPV, que é transmitido sexualmente. O uso de preservativos, a vacinação e os exames regulares são nossas principais armas de prevenção.”

A recomendação é que o teste molecular de DNA-HPV seja feito a partir dos 25 anos de idade, em mulheres sexualmente ativas.

“Esse teste possui uma sensibilidade muito maior. Ele detecta o vírus antes que ele provoque uma lesão pré-cancerígena”, explica.

A coleta do exame ocorre com o uso da técnica de PCR, a mesma utilizada na detecção de outros vírus, como o da Covid-19.

“Com essa metodologia, conseguimos identificar diretamente o DNA do HPV no material coletado do colo do útero. Isso permite um diagnóstico mais precoce e confiável”, destaca a especialista.

Exames

A nova abordagem também muda o intervalo entre os exames preventivos. Enquanto o Papanicolau é feito anualmente e, se negativo por dois anos seguidos, passa a ser repetido a cada três anos, o teste molecular pode ser feito a cada cinco anos.

“Além de mais eficaz, ele exige uma frequência menor, o que também facilita a adesão das pacientes”, afirma.

No entanto, a implementação do novo exame exige mudanças na rede pública de saúde.

“Será necessário reorganizar os serviços, capacitar profissionais, ampliar a oferta de exames e garantir o acompanhamento de mulheres com resultados alterados”, alerta a oncologista. “Também é essencial criar estratégias para convocar as pacientes dentro da faixa etária recomendada.”

Além dos exames, a vacinação contra o HPV continua sendo fundamental. A vacina está disponível gratuitamente no SUS.

“Toda mulher a partir dos 25 anos deve procurar o ginecologista para realizar exames preventivos. E não podemos esquecer da vacina, que está disponível para meninas e meninos de 9 a 14 anos, e também para homens e mulheres imunossuprimidos até os 45 anos”, finaliza Ticila Melo.

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