A desistência de Guilherme Boulos, principal nome paulista do PSOL, na disputa ao governo do Estado não representa necessariamente uma adesão direta à candidatura do ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT.
A afirmação é da vereadora do PSOL em Santos, Débora Camilo.
Assim, ela defende que a legenda lance candidaturas próprias.
Tanto ao governo paulista como à presidência da República.
Apesar de lideranças do PSOL, como o presidente nacional Juliano Medeiros, defenderem a candidatura de Haddad, após a saída de Guilherme Boulos da disputa ao Palácio dos Bandeirantes, Débora é cética e integra a ala dentro do partido que defende a candidatura própria.
Além disso, cita até nomes de pré-candidatos que poderão concorrer pelo partido.
Dessa forma, no caso de São Paulo, a vereadora de Campinas, Mariana Conti, já se colocou à disposição da legenda para a disputa ao Palácio dos Bandeirantes.
Por sua vez, ganha força o nome do deputado federal carioca Glauber Braga à presidência.
Lula-Alckmin
Por sua vez, a vereadora reconhece que a provável chapa Lula – Alckmin, que anunciou nesta semana a entrada no PSB, se tornou um impeditivo para o apoio, pelo menos no primeiro turno, ao ex-presidente Lula.
“É quase impossível apoiar uma chapa desta”, dispara a vereadora, a primeira eleita pelo partido em Santos, no litoral paulista.
“O Alckmin nunca foi socialista, nem social-democrata”, acrescenta.
“Ele pouco irá agregar à candidatura do Lula”, acredita.
Debora, no entanto, reconhece que se o cenário de polarização entre o ex-presidente Lula e o atual Jair Bolsonaro se mantiver até outubro, o objetivo será derrotar não só o presidente Bolsonaro, “mas também o bolsonarismo” em um eventual segundo turno.
E ainda: mesmo com Alckmin como vice de Lula.
No entanto, ela assegura que independente da posição que o PSOL tomará – com lançamento de candidaturas próprias ao governo paulista e à presidência ou apoio a Fernando Haddad e Lula já no primeiro turno – não haverá racha na legenda e a opinião da maioria prevalecerá.
Palácio dos Bandeirantes
Débora também colocou seu nome à disposição para a disputa à Assembleia Legislativa, sendo a única pré-candidata representante da legenda na Baixada Santista a concorrer neste cargo.
Para federal, o PSOL deverá lançar Guilherme Prado e Fábio Mello, candidatos às prefeituras de Santos e Cubatão em 2020, respectivamente.
Outros assuntos
Além disso, durante o programa, Débora falou sobre seu trabalho legislativo – com destaque para o projeto de pobreza menstrual, com distribuição de absorventes para meninas e mulheres de áreas periféricas.
Assim, a proposta, em parceria com a vereadora Audrey Kleys (PP), foi sancionada pelo prefeito Rogério Santos (PSDB) e já vigora.
Além disso, falou sobre a proposta do novo plano de uso e ocupação do solo e sobre o transporte público municipal, onde teceu várias críticas.
“A empresa não compareceu nem à audiência pública que foi marcada para discutir os problemas. E ela age assim há muito tempo e nada é feito”, critica.
“O transporte é caro, de péssima qualidade. Algumas linhas têm apenas um veículo circulando”, explica a vereadora, ela própria usuária do transporte público municipal.
Programa completo
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