Após 18 anos à frente do Diretório Municipal e da coordenação do Partido Liberal (PL) na Baixada Santista, o ex-vereador e atual presidente da Prodesan, Odair Gonzalez, anunciou sua saída de ambos os cargos.
No entanto, ele permanecerá no diretório nacional da legenda e integrará o partido em âmbito estadual a partir de fevereiro.
“Isso é natural na política”, reconhece o experiente gestor público e político.
No partido desde 2005, Odair é amigo pessoal do presidente da legenda, Valdemar da Costa Neto.
Assim, ele presenciou momentos turbulentos que o partido teve nos últimos anos.
Desde a união com o PT, no governo Lula, até a aproximação com o ex-presidente Jair Bolsonaro mais recentemente.
Aliás, durante o governo Lula, o PL indicou por dois mandatos (2003-2010) o vice de Lula, o empresário José Alencar, já falecido.
Condenado pelo processo do Mensalão, Costa Neto esteve preso e recebeu indulto anos depois.
Maior partido
Hoje, o PL é o maior partido no Congresso, com 99 deputados e 14 senadores.
Aliás, graças ao acordo firmado entre Costa Neto e o presidente Jair Bolsonaro, que após o PSL (já extinto) ficou sem partido e entrou na legenda para concorrer à presidência.
Em razão desta longa amizade, Gonzalez optou em encaminhar o pedido de renúncia dos cargos por entender que não queria constranger o presidente da legenda.
“Na Baixada Santista, o PL elegeu uma federal (deputada Rosana Valle) e dois estaduais (Tenente Coimbra e Paulo Mansur). São pessoas que naturalmente querem o comando do partido para terem mais liberdade de trabalhar”, falou.
Gonzalez anunciou em primeira mão esta decisão durante o Jornal Enfoque desta segunda (30).
O oficialização da saída do cargo ocorreria ainda hoje (30), assegurou.
PL nacional
Além disso, Gonzalez aposta que a legenda terá participação efetiva nas eleições municipais de 2024 nas cidades da Baixada Santista.
Especificamente em Santos, ele diz que tem boas relações com o prefeito Rogério Santos, que tentará a reeleição.
“O PL foi o primeiro partido a apoiá-lo. Ele é uma pessoa especial, gosta de executar, trabalhar e agora está saindo mais vezes às ruas. Afinal, o povo quer carinho, ter proximidade. Ele é mais discreto e um bom administrador”, salienta.
“O partido está no governo. Estou genuinamente com o governo”, afirma.
No entanto, reconhece que o seu prazo à frente das discussões políticas está se encerrando.
“Daqui há dois anos, quero aposentadoria”, garante.
No entanto, algo difícil para quem gosta tanto de política.
No programa, ele também falou sobre o crescimento do PSD e a atual situação do PSDB, “que entrou em parafuso e isso pode influenciar em 2024”.
Sobre as eleições no Congresso e Assembleia, ele reconhece que uma vitória de Rogério Marinho (PL) no Senado será difícil perante o favorito Rodrigo Pacheco (PSD).
As eleições ocorrerão na quarta-feira (1), quando voltam as atividades no Congresso.
Já para a Assembleia Legislativa tudo caminha para a eleição de André do Prado (PL) como futuro presidente do Legislativo paulista.
Prodesan
Gonzalez está na expectativa sobre o resultado da licitação sobre a PPP – Parceria Público Privada do lixo da prefeitura de Santos, cuja abertura das propostas ocorrerá no dia 15 de fevereiro.
Isso porque haverá impacto nos serviços de limpeza urbana – hoje a Prodesan mantém contrato de fiscalização das atividades da Terracom, responsável pelas atividades.
Além disso, a empresa pública cuida dos serviços de limpeza de canais.
Gonzalez também tem expectativa sobre o terreno da Prodesan, onde hoje está a Usina de Asfalto, na Alemoa.
Parte dele poderá ser usada como estação de transbordo.
“Pode envolver uma área da Alemoa, que não vai prejudicar a produção de asfalto, mas vai prejudicar o trabalho de separação do lixo limpo para futura venda. Há quase uma centena de pessoas trabalhando lá”, salienta.
A área mede cerca de 30 mil m2 , avaliada em R$ 110 milhões.
Assim, se o terreno for usado para esta finalidade poderá reduzir o déficit da empresa com a Prefeitura de Santos.
“Já oferecemos o terreno à prefeitura para abater o passivo. Estamos aguardando. O Tribunal de Contas também nos cobra por isso”, diz.
No entanto, se a Prodesan deixar de realizar os serviços de limpeza e fiscalização, uma outra oportunidade irá se abrir, aposta Gonzalez.
Ou seja, a manutenção predial das escolas municipais, agilizando os serviços realizados.
“Nós temos serviços de excelência. As pessoas não sabem o que a Prodesan representa para a Cidade”, salienta.
Afinal, são 1.200 colaboradores atuando nas mais variadas áreas de serviços públicos.
Programa completo
Dessa forma, confira o programa completo