Depois de meses de espera, a homologação da chapa PL-MDB sacramentada nesta terça-feira (23) reforça a volta do ex-presidente da Câmara de Santos (2013/2014), Sadao Nakai, ao cenário político.
Ele foi vereador por três legislaturas (2009-2020), tendo se licenciado em janeiro de 2017 para assumir a Secretaria de Esportes.
Retornou em outubro de 2018 e não se candidatou nas eleições passadas.
No meio do caminho, disputou uma vaga à Assembleia Legislativa, tornando-se suplente.
No ano passado, em entrevista ao Jornal Enfoque, Nakai havia adiantado que voltaria ao cenário político, mas concorreria a um cargo pelo Executivo. (leia mais aqui)
Tal previsão se concretizou.
O Boqnews apurou que ele será o candidato a vice na chapa com a deputada federal Rosana Valle, pré-candidata à prefeitura de Santos.
Rosana se encontrou com o presidente nacional da legenda, Baleia Rossi.
Na ocasião, estabeleceu-se que o partido indicará o vice.
A coligação é idêntica à da Capital paulista.
Porém, na cabeça de chapa está o atual prefeito Ricardo Nunes.
O vice, do PL, será o coronel Ricardo Mello Araújo, ex-comandante da Rota, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Data
O nome do MDB para a composição da chapa majoritária se tornará público durante a Convenção Administrativa e Festiva do Diretório Municipal do PL santista.
Ela ocorrerá no dia 3 de agosto, às 15h.
A solenidade acontecerá em imóvel do escritório político do partido (Av. Ana Costa, 173, próximo à Rua Carvalho de Mendonça, na Encruzilhada).
Sadao, inclusive, participou do encontro ocorrido na sede do MDB na Capital paulista.
Além de Baleia Rossi e da deputada Rosana Valle, estiveram presentes também o novo presidente do MDB em Santos, ex-vereador Marcelo Del Bosco, e o deputado estadual Tenente Coimbra (PL).
O ex-vereador Del Bosco substituiu o empresário André Ursini à frente do MDB santista, após o mesmo não ter aceitado a ingerência do PL dentro do MDB em Santos. (leia mais aqui).
Ursini deixou a legenda diante da decisão do dirigente nacional.
Outros partidos
Com a vinda do MDB e a oficialização do nome do vice, a deputada amplia seu arco de aliança política para a disputa eleitoral deste ano.
Além do PL, o MDB se junta ao PRD e ao Mobiliza, antigo PMN.
No entanto, o PRD ainda não bateu o martelo.
Integrantes do partido dizem que a legenda caminha para o apoio, mas nada foi sacramentado. Por ora.
Assim, o advogado e professor Renato de Jesus permanece como pré-candidato do PRD, fusão do Patriotas com o PTB, partidos originais de direita e extrema-direita, como se autodefinem.
De acordo com a pré-candidata a prefeita, outras siglas estão em negociação para integrar a frente de partidos de direita da cidade.
“A reunião com a Executiva Nacional do MDB foi muito produtiva. O partido entendeu nosso projeto para Santos e apoiará nossas propostas de forma integral nas eleições deste ano. Temos um grupo político aguerrido e com um propósito de transformação da cidade, galgado nos princípios liberais e de Direita. Fico muito feliz com a chegada de mais essa legenda e com a indicação do vice, que será anunciado na Convenção do PL. O MDB caminhará conosco nesse projeto de mudança”, destaca Rosana, em comunicado enviado à Imprensa.
Ela tem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua esposa Michelle, que vieram a Santos para o lançamento de sua candidatura no último dia 14.
Justo
O PL nunca governou Santos.
Já o MDB esteve à frente da prefeitura em dois momentos: com Oswaldo Justo (1985-1988) e João Paulo Tavares Papa (2005-2012).
Justo elegeu-se logo após a abertura política, que garantiu aos santistas o direito ao voto, tolhido durante a ditadura militar e garantido graças a políticos santistas que se mobilizaram e conseguiram o aval do então vice-presidente Aureliano Chaves.
Ele substituía o presidente João Baptista Figueiredo, o último dos militares a governar o País durante o período.
Como resultado, a autonomia foi restabelecida em 2 de agosto de 1983.
Na ocasião, o MDB era um partido de oposição ao regime militar (Arena x MDB) e dele surgiu o PSDB, por exemplo.
Outros nomes deixaram a legenda posteriormente.
Assim, migraram para partidos como o PSB e o PT, inclusive.
Mas se Justo foi o primeiro após a cassação da autonomia de Santos, o partido esperou por 16 anos para voltar ao poder.
Isso após dois governos do Partido dos Trabalhadores, com Telma de Souza e David Capistrano, entre 1989 a 1996, e Beto Mansur, do PPB, já extinto (1997-2004).
Papa
No entanto, no segundo mandato de Mansur, o MDB indicou o vice para garantir a vitória contra a então deputada Telma de Souza (PT).
O nome escolhido foi o do engenheiro João Paulo Tavares Papa.
Ele esteve à frente da área de trânsito na gestão de Oswaldo Justo e se tornou secretário de Meio Ambiente no governo Mansur.
Assim como presidente da CET na gestão do ex-prefeito Mansur em duas ocasiões.
Papa elegeu-se em 2004 por uma votação apertada por 1.771 votos (0,74%) contra novamente a deputada petista Telma de Souza.
E reeleito com votação expressiva no primeiro turno quatro anos depois.
Depois, o partido foi perdendo espaço (lançou o empresário e especialista no setor portuário, Sérgio Aquino, nas eleições de 2013 – vencidas pelo então deputado estadual Paulo Alexandre Barbosa – PSDB).
Em 2020, o ex-vereador Antonio Carlos Banha Joaquim abriu mão de concorrer ao Legislativo para se candidatar à Prefeitura, sem sucesso.
Hoje, Banha não está mais no MDB e foi para o PSD, onde é pré-candidato ao Legislativo novamente.
O MDB atualmente não conta com qualquer representante no Legislativo.
Em âmbito federal, o MDB conta com três integrantes no Governo Lula, inclusive a ministra do Planejamento, Simone Tebet, candidata da legenda nas eleições presidenciais em 2022.
No estado, os quatro deputados paulistas do partido integram a base de apoio do governo Tarcísio de Freitas.
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