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23 DE MARÇO DE 2012

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Centros de treinamento são aposta para retomar tradição santista no esporte

Os mais novos podem não saber, mas entre as décadas de 60 e 80, Santos (não o de Pelé, mas o de Negrelli) foi uma das potências do voleibol nacional, revelando jogadores até para a Seleção Brasileira. De lá para cá  — justo quando o esporte se tornou o segundo mais popular do País, impulsionado […]

Por: Da Redação

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Os mais novos podem não saber, mas entre as décadas de 60 e 80, Santos (não o de Pelé, mas o de Negrelli) foi uma das potências do voleibol nacional, revelando jogadores até para a Seleção Brasileira. De lá para cá  — justo quando o esporte se tornou o segundo mais popular do País, impulsionado pelas conquistas mundiais e olímpicas das equipes masculina e feminina — a modalidade perdeu espaço na Cidade. “Fui o último jogador de Seleção a sair de Santos. E me aposentei em 1994…”, recorda Alcídio Mello, o Cidão, meio de rede da equipe que disputou o Mundial de 1990 no Brasil.


Um cenário, na visão de Cidão, que passa por dois fatores: espaço limitado e baixo incentivo. “Há muita gente querendo jogar vôlei, mas existem poucos lugares. Santos tem dificuldade para se encontrar ginásios disponíveis. Até um tempo, você só tinha a escola da AABB. Agora existem outras opções, como as do Internacional e o Vasco. Mas é só”, analisa. “Além disso, quando eu comecei, você tinha de quatro a cinco esportes diferentes na escola, e aprendia os fundamentos de todos eles. Hoje, não é assim”, acrescenta.


Retomar o status do passado é uma missão complicada, mas é um dos objetivos de um projeto encabeçado pelo próprio Cidão e pelo também ex-jogador Marcelo Camargo, fundadores da Associação Nacional de Esportes (ANE), para revelar talentos da modalidade na Cidade. O trabalho trata da formação de um centro de treinamentos para que os participantes integrem as equipes masculina e feminina infantil (sub-17) e infanto-juvenil (sub-19) da parceria entre Santos, Fundação Pró-Esportes (Fupes) e a ANE para os paulistas,  Jogos Regionais e Abertos.


Projeto


O projeto, contemplado com leis de incentivo ao esporte Federal e Estadual, foi iniciado em 2011 apenas com as equipes masculinas, com treinos no ginásio do Santos, na Vila Belmiro. Para este ano, serão mais dois trabalhos — agora também com times femininos, no Tênis Clube. As turmas masculinas, por sua vez, aguardam apenas a liberação do ginásio do Peixe para iniciarem o trabalho em 2012. O objetivo futuro é que Santos volte a ter equipes adultas de voleibol, com a base formada na própria Cidade.


De acordo com Cidão, os jovens são convidados pelos treinadores por meio de contatos e peneiras realizadas tanto a crianças de todo o Brasil como envolvendo só atletas da região. A seleção se dá de acordo com o biotipo e o potencial para a modalidade. “A gente acaba dando prioridade, no processo para o pessoal mais alto. Não tem como fugir muito disso. Mas estudamos também a particularidade de cada atleta. Não vamos deixar de aproveitar os que possuem uma técnica apurada e ainda têm perspectiva de crescer”, explica o auxiliar da equipe infanto-juvenil masculina, Emerson Konda.


Os jogadores selecionados recebem um treinamento específico para, posteriormente, ganhar oportunidade no time santista. Segundo Konda, atualmente 26 garotos fazem parte dos elencos masculinos, que integram o projeto desde o ano passado. “Temos 12 atletas no infantil, sendo que muitos vêm dessa primeira turma do centro de treinamento. E um dos garotos do nosso infanto-juvenil de 2011, o Nicolas, já foi chamado para o time juvenil (sub-20) do Medley/Campinas, da Superliga (principal torneio de clubes do País)”, conta.








Hoje, times santistas disputam campeonatos estaduais e Jogos Regionais e Abertos do Interior. Foto: Divulgaço/Santos FC

Hoje, times santistas disputam campeonatos estaduais e Jogos Regionais e Abertos do Interior. Foto: Divulgaço/Santos FC


Superliga?


O “auge” do trabalho, por assim dizer, seria levar uma equipe de Santos exatamente para a Superliga. Mas é preciso dar um passo de cada vez. “Temos antes ter mais gente jogando voleibol em Santos — o que ainda não há. Há mais de 20 anos não há quase nada vôlei na Cidade”, analisa Cidão. Além disso, segundo o ex-jogador, são necessários pelo menos R$ 10 milhões por ano em investimentos para montar um elenco que dispute os quatro primeiros lugares do torneio.


“Além de atletas da região, seria necessário buscar contratações de peso. Não dá hoje para chegar em um patrocinador e pedir essa quantia toda. Será diferente, porém, quando mostrarmos a esse patrocinador que já há um projeto de formação em atividade, com resultados e equipes de base em todas as categorias. É questão de trabalho”, conclui.


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