Sem chances de lutar pelo título nacional e com remotas (mas ainda reais) possibilidades de rebaixamento, o Santos recebe o Botafogo nesta quarta-feira (19), às 20h30, na Vila Belmiro. A partida é adiada da 21ª rodada do Campeonato Brasileiro — na ocasião, o Peixe solicitou à CBF que o jogo fosse transferido, em virtude de jogadores convocados para a Seleção. E mesmo que o maior interessado no confronto seja o time do Rio de Janeiro, o Alvinegro Praiano é que está, por assim dizer, em uma espécie de dilema. Nem tanto pelos atletas, mas pela torcida.
De um lado, há uma parcela da torcida que (embora não declare abertamente) não ficaria nada infeliz se o time por ventura perdesse do Botafogo. O motivo? Com a vitória, o clube da Estrela Solitária, que é o terceiro colocado com 52 pontos, pode assumir a liderança do Brasileirão com 55, deixando para trás o rival praiano Corinthians. No entanto, a outra metade dos torcedores deseja a vitória, por duas razões em especial. A primeira, naturalmente, é assegurar que o rebaixamento fique mais distante.
Já a segunda tem apego histórico: uma “vingança” a 1995, quando o Botafogo conquistou o título brasileiro sobre o Santos após o time da Vila Belmiro ser prejudicado pelo árbitro Márcio Rezende de Freitas, que validou um gol ilegal do atacante Túlio, errou novamente ao validar o tento santista de Marcelo Passos (antes de dar a bola ao atacante, o meia Capixaba arrumou a bola com a mão) e, por fim, anulou um gol legítimo de Camanducaia, que poderia dar o caneco ao Peixe. Como os cariocas venceram a partida de ida por 2 a 1, o título daquele ano foi para o Rio.
Na Vila Belmiro, o discurso é o de não se deixar levar pela torcida, seja na motivação para se perder ou ganhar. “A gente tem que entrar em campo sempre buscando o melhor pra equipe que é a vitoria. Claro que alguns torcedores têm esse desejo que o time perca, porque aí vai prejudicar o Corinthians. Mas o campeonato não vai ser decidido somente nessa partida. Então temos que entrar e fazer nossa parte”, analisou o volante Henrique. “Todos vão estar torcendo pra que a gente vença. Independente de outras torcidas, pra nós, temos que entrar dentro de campo e vencer”, concluiu.
Para o jogo, o técnico Muricy Ramalho ainda tem algumas dúvidas. O treinador poderá contar com Neymar, que cumpriu suspensão na derrota de domingo (16) para o Grêmio, e com o volante Adriano, que era dúvida devido a dores musculares. Já o lateral esquerdo Léo, com uma tendinite, fica novamente de fora, com Durval volte à lateral esquerda (Eder Lima, contratado para a função, ainda não engrenou) e Bruno Rodrigo assumindo lugar na zaga. O provável Santos: Rafael; Danilo, Bruno Rodrigo, Edu Dracena e Durval (Eder Lima); Adriano, Henrique e Arouca; Alan Kardec, Borges e Neymar.
O Botafogo, por sua vez, terá como principal desfalque o volante Renato, campeão brasileiro de 2002 pelo Santos. Com isso, Bruno Tiago tende à titularidade. A maior dúvida é se a equipe atuará apenas com Loco Abreu à frente e Felipe Menezes pelo meio, avançando ao lado de Elkeson (esquema com o qual o Fogão venceu o Corinthians, fora de casa) ou se o argentino Herrera jogará ao lado do atacante uruguaio. O time carioca deve atuar com: Jefferson; Lucas, Antônio Carlos, Fábio Ferreira e Cortês; Mattos, Bruno Tiago, Maicosuel, Felipe Menezes (Herrera) e Elkeson; Loco Abreu.