Os alunos antigos, que estavam em recesso desde novembro, e os novatos, ansiosos para pegar as primeiras ondas, se contagiaram pela energia positiva do momento.
A Escola Radical de Surf de Santos, localizada no Posto 2, recebeu nesta terça-feira (11) um grande número de alunos com mais de 50 anos para a primeira aula do ano. Cerca de 240 estudantes, entre veteranos e iniciantes, marcaram presença em um clima de confraternização e alegria.
O coordenador da escola, Cisco Araña, surfista e educador, destacou que as aulas vão além do ensino técnico. Para ele, o surfe funciona como uma terapia oceânica. “O objetivo é tirar as pessoas da solidão e promover uma reconstrução após o período de isolamento causado pela pandemia”, afirmou Araña, ressaltando que o surfe é uma ferramenta para a felicidade.
Fundação
Fundada há 33 anos, a Escola Radical de Surf de Santos se consolidou como uma referência nacional e internacional. Neste ano, em parceria com a Secretaria Municipal de Esportes (Semes) e a Blue Med Saúde, a escola foi reconhecida como patrimônio cultural da cidade e ajudou o município a conquistar o prêmio de “Cidade Mais Inclusiva” entre as cidades participantes da Rede Mundial de Cidades do Surfe. A Escola também promove as turmas 50+ e a Escola Radical de Surf Adaptado, que foi inaugurada em 2020.
Reconhecimento
Esse reconhecimento destaca a importância da colaboração entre o setor público e privado, que oferece um serviço gratuito de grande impacto social. Segundo Araña, “não existem iniciativas semelhantes no Havaí, na Austrália ou na Califórnia.”
Entre os novos alunos, Ricardo Fonseca Moreno, fotógrafo de 59 anos, e sua esposa, Soraia Nave Moreno, bancária aposentada de 58 anos, são exemplo de entusiasmo. Ricardo, que sempre se interessou pelo surfe, tem um objetivo especial: surpreender o filho, que já pratica o esporte há anos. “Quero pegar uma onda com ele e mostrar que também consigo surfar”, conta Ricardo.
Soraia, por sua vez, admite que tem receio do mar, mas acredita que a prática ajudará a superar esse medo. Além disso, ela vê os benefícios do surfe para sua saúde e vida social. “Acabamos de nos mudar para Santos, e quero me envolver em tudo”, diz. A mudança de cidade pode proporcionar ao casal uma permanência prolongada na escola. Ricardo, que já havia tentado aprender surfe antes, agora tem a oportunidade de dar continuidade aos treinamentos sem a distância da capital.
José Carlos Paulino, 64 anos, operador comercial aposentado, também é um dos alunos antigos que retornou à escola. Frequentando o local há três anos, ele se sente em casa. “Aqui se formou uma verdadeira família. O pessoal tem um vínculo muito bacana”, afirma José Carlos, que nunca tinha praticado o surfe antes e aprendeu tudo na Escola Radical. Além do surfe, ele pratica pedestrianismo e ciclismo, mas revela que as ondas do mar agora tomam a maior parte do seu tempo.
Aulas
As aulas do surfe 50+ acontecem nas segundas e terças-feiras, das 8h30 às 11h e das 14h30 às 16h. As inscrições para novos alunos devem ser abertas em junho na Escola Radical de Surf de Santos.
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