Aos 18 anos, Isadora Williams encantou os torcedores brasileiros na Olimpíada de Inverno deste ano. Não precisou ficar entre as primeiras em Sochi, na Rússia. Aliás, ficou entre as últimas. Nem sequer português fluentemente ela falava. Mas, com graciosidade, a primeira atleta a classificar o Brasil para a disputa olímpica da patinação artística ganhou os holofotes.
Agora, a patinadora nascida em Atlanta, nos EUA, filha de uma brasileira e um norte-americano, vai estrear nos palcos. Na verdade, continuará sobre o gelo, mas os patins servirão para entreter o público apenas, sem preocupação de tirar dos jurados as melhores notas após saltos, piruetas e rápidos movimentos.
Isadora vai se apresentar entre 28 e 30 de novembro no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, no show chamado de Estrelas da Patinação – Astros do Gelo, com ingressos já a venda entre R$ 25 e R$ 160.
“Eu tinha um sonho antigo de fazer uma apresentação no Brasil para os brasileiros. Quando fui convidada pelo produtor de shows Steve Disson, mal pude acreditar. O meu sonho estava se tornando realidade naquele momento e em grande estilo. Quando recebi a programação e o contrato eu me senti a pessoa mais feliz do mundo. A lista do elenco é de patinadores de peso que eu sempre admirei muito. Estar no meio deles e uma grande honra”, diz Isadora por email.
Os patinadores aos quais a brasileira se refere são campeões olímpicos e mundiais, como o americano Brian Boitano e a russa Ekaterina Gordeeva. Para estar junto a eles e outra dezena de astros e estrelas da patinação no gelo, Isadora passou a trabalhar com dois treinadores. Natasha Tymoshenko (coreografia e spins) e Serguei Kouznetsov (saltos).
“Eles trabalham juntos na mesma pista. O trabalho conjunto deles esta sendo muito positivo para mim. A Natasha e eu criamos a coreografia para o show no Brasil, Own my Own, de Les Misarables, um tributo a Broadway. Vai ser um show mais teatral, como os da Broadway, mas no gelo. O Serguei é meu treinador de saltos, mas também dá opinião sobre uma coisa ou outra”, explica.
Antes do show em São Paulo, Isadora foi à Letônia, onde faz sua primeira competição internacional desde a Olimpíada de Sochi. A Volvo Cup, em Riga, que vai até domingo (9).
“Vou fazer o debut dos meus novos programas. Estou com aquele friozinho na barriga a semana inteira. Mas estou treinando muito quero fazer os meu dois programas limpos, sem erros”.
Na competição, ela vai utilizar uma coletânea de músicas brasileiras que, diz, cresceu ouvindo em casa, como Mais Que Nada, de Jorge Ben, Águas de Março, de Tom Jobin, Bachianas Brasileiras, de Heitor Villa-Lobos, e Brasileirinho, de Waldir Azevedo.