Praticar esportes é um ponto fundamental para saúde e também auxilia no desenvolvimento como ser humano. Agora, tratando de competição, o nível da prática de determinado esporte sobe bem mais.
Imagine uma cidade contar com ginásios públicos repleto de problemas, com goteiras, infiltração, arquibancada interdita, Todos esses fatores prejudicam partidas e treinos dos atletas.
E vão além: acabam atrapalhando outros segmentos.
Cais Milton Teixeira
Problemas no Cais Milton Teixeira/Foto: DIvulgação
Durante a pandemia, o Cais Milton Teixeira, na Vila Mathias, foi alvo de sucessos depredações e furtos. O local, que era frequentado por crianças, agora virou um espetáculo de horror.
Aliás, a área onde está a Arena Santos era ocupada por três pastas: Esportes, Educação e Cultura. No entanto, a segurança do local, ao que parece, ficava em segundo plano. Resultado: depredação e furtos viraram rotinas.
A secretária da Educação de Santos Cristina Barletta lamentou a situação durante sua participação no Jornal Enfoque. “Parou de ter manutenção, passou por diversos furtos e hoje não tem a menor condição de receber nossos alunos. Tínhamos núcleo que hoje quem atende os estudantes é o espaço da Strong. Eu sei que vai passar por um processo licitatório, para uma reconstrução. Ali tínhamos três secretarias atuando, a de Educação, Cultura e Esportes. Hoje não tem mais essa condição, pois está totalmente impróprio.
Aguardamos o processo licitatório para voltar a usá-lo. Esse espaço faz falta”, salienta.
Assim, no mesmo programa, o Secretário de Esportes, Gelásio Ayres, a Prefeitura possui diversos equipamentos e está sendo estudado com outras secretarias para criar uma ação em conjunto visando ocorrer a prevenção dos equipamentos.
Ele afirma que é necessário criar novos cargos e funções na pasta para assim recuperar o que é possível. “Prevenção é algo difícil devido a tantas demandas que existe na prefeitura. A Secretaria das Prefeituras Regionais está sempre presente fazendo manutenção, mas muitas vezes faltam recursos”.
Edital
De acordo com a Prefeitura de Santos, em 15 de agosto foi publicado o edital da licitação para contratar uma empresa que fará a obra de reforma do Bloco A do Centro de Atividades Integradas – CAIS Vila Mathias, incluindo materiais, equipamentos e mão de obra. Assim, atualmente, a licitação está na primeira fase, de classificação.
Caso não ocorram recursos, a estimativa é de que o processo licitatório seja finalizado em 90 dias. Depois disso leva pouco mais de um mês para que seja feito o empenho das verbas, seguida da assinatura do contrato e a emissão da Ordem de Serviço para início da obra em cinco dias úteis.
Devido a todos esses trâmites burocráticos, a obra no CAIS Vila Mathias deve começar no primeiro trimestre de 2024, com prazo de execução de 10 meses. A reforma, que será gerenciada pela Secretaria de Infraestrutura e Edificações (Siedi), tem custo orçado em R$ 5.078.142,58, com recursos da Secretaria de Educação.
A reforma consiste na troca de pisos (onde necessário), substituição dos forros de madeiras, reforma geral do telhado, impermeabilização das lajes, substituição das esquadrias (portas de madeiras e janelas de alumínio), instalação de grades de proteção, reforma e acessibilidade dos sanitários, refazimento de todas as instalações elétricas, rede de lógica e combate a incêndio do imóvel, pintura geral, instalação de mobiliários e climatização da unidade. A Secretaria de Educação informa que após a reforma será organizado o retorno das atividades.
Marcus de Rosis
Outro local afetado foi o Ginásio M. Nascimento Marcus de Rosis. A cada chuva mais forte, ele alaga. Além disso, furtos de fios, lâmpadas, janelas e diversos outros problemas são rotineiros. O vereador Rui de Rosis (União) relatou no programa Jornal Enfoque o estado desses equipamentos esportivos e que precisam de mudanças.
“Estivemos no ginásio Marcus de Rosis, nas Olimpíadas de 2020, com equipes treinando nos equipamentos. Não só ele tem vazamentos. O Antônio Jorge Nóbrega está há anos parados, sem uma definição. A própria Arena Santos precisa de reformulação urgente total”.
O secretário de Esportes lembra que aconteceu uma audiência pública na Câmara Municipal de Santos, onde houve oportunidade de falar sobre o tema. O dirigente garantiu aos presentes que as melhorias ocorrerão para os próximos meses.
Orçamento
Contudo, o orçamento é um dos pontos cruciais e reflete os problemas de infraestrutura do esporte na Cidade. “O pior orçamento é da Secretaria de Esportes. Não é possível com o que a secretaria tem, possa desenvolver obras sem ajuda da Prefeitura. Precisamos aumentar o orçamento da Secretaria de Esportes. Eu vou fazer emendas para que possamos modificar esse momento que o esporte passa na nossa cidade”, informa Rui de Rosis.
A Prefeitura de Santos soltou nota à respeito do espaço. “Em relação ao Centro Esportivo e Recreativo M. Nascimento Jr, informamos que a Semes acionou o setor competente, no caso, a Prefeitura Regional da Zona Noroeste, para realizar a manutenção geral do Ginásio Poliesportivo Antônio Jorge Pereira de Nóbrega e dos Ginásio de Ginástica/Arena Olímpica Marcus de Rosis, que estão sendo tratadas por meio de processos administrativos. É pertinente destacar que no Centro Esportivo M. Nascimento Jr, as obras estão a todo vapor, as novas calhas estão sendo instaladas e a iluminação velha também foi trocada na quadra de futsal, enquanto que no ginásio de ginástica artística o andaime já está instalado para troca das calhas e da iluminação, que será por LED.
Arena Santos
Teto da Arena Santos/Foto: Divulgação
Segundo apuração da equipe Boqnews, existe um problema da Arena Santos desde inauguração. Há goteiras em vários pontos. Pode-se observar não apenas as goteiras, como também a falta de limpeza da arquibancada, que está empoeirada e metade dela está interditada pela Defesa Civil. A limpeza dos banheiros também está em péssimo estado.
Portanto, para ter noção, uma equipe esportiva que utiliza a Arena ficou um ano sem um local para treinar por conta de uma chuva ocorrida há aproximadamente 3 anos antes. Depois a equipe conseguiu horário para competir no M. Nascimento e em outro jogos houve perda do mando. Dessa forma, o adversário jogava duas vezes em casa.
No entanto, o grande problema do handebol e futebol de salão é a questão das medidas oficiais, sendo a quadra 40×20 metros. São dois disponíveis: na Arena Santos e o M. Nascimento.
Assim, em Santos existem 3 quadras não públicas, 1 do Sesc Santos, porém tem horários ocupados e restritos, assim a equipe não pode realizar o aquecimento com antecedência. E 2 quadras oficias da UNILUS – Centro Universitário Lusíadas,.
Quem utiliza geralmente é o time de handebol para treinar nos jogos universitários.
Evento
Além disso, por conta do episódio do piso que sofreu deformações da Quadra Poliesportiva após o Desafio A Tribuna King Crab, Gelásio menciona que há uma dificuldade orçamentária que impede de agir imediatamente, muitas vezes necessitando aguardar o recurso que vem de outros lugares que não da própria secretaria para que se resolvam os problemas. “A secretaria não tem atribuição da manutenção. Não temos equipe para isso”.
Portanto, o secretário esclarece que os problemas ocasionados são por conta da manutenção do telhado que causou problemas de alagamentos, inclusive na quadra. No piso são causados por pontos de alagamento, tiveram recuperação. Mas está no planejamento no TRIMMC (Termo de Responsabilidade de Implantação de Medidas Mitigadoras e/ou Compensatórias) da Petrobras, a primeira fase é de R$ 1,7 milhão para recuperar do telhado da Arena Santos.
Dessa forma, o orçamento da pasta é de pouco mais de R$ 5 milhões. “Sabemos que a Prefeitura tem limites legais da Constituição, como Saúde e Educação, mas de modo geral os prefeitos não deixam o esporte de lado na medida do possível. Mas falta planejamento para uma ação conjunta de prevenção dos equipamentos”, conclui.
Piso
Piso danificado na Arena Santos/Foto: Divulgação
De acordo com a Prefeitura de Santos, o piso da Quadra Poliesportiva do Ginásio Arena Santos sofreu algumas avarias após o Desafio King Crab, mas na semana subsequente ao evento foram reparados pela própria organizadora, sem custos ou ônus para a Prefeitura.
Por sua vez, outros pequenos pontos da quadra já apresentavam alguns problemas anteriormente ao evento.
Neste caso, a Prefeitura está tomando as providências necessárias para a contratação de uma empresa especializada para operacionalizar com a maior celeridade possível a manutenção corretiva do assoalho.
Assim, quanto ao telhado da Arena Santos, a Semes já acionou os setores competentes, no caso, a Prefeitura Regional do Centro Histórico e a Secretaria de Infraestrutura e Edificações, que em paralelo, abriu o processo administrativo para contratação de empresa para execução de obras de reforma da cobertura da arena, incluindo material, equipamento e mão de obra), com prazo previsto de execução de 6 (seis) meses após a assinatura do contrato. Essas ações têm como objetivo a revitalização total do telhado, o que é imprescindível para que os pontos de infiltração sejam corrigidos.
Atletas
Dessa forma, o sonho de muitos atletas de disputar partidas de alto nível, treinos com qualidade e campeonatos acabam escapando por falta de estrutura e investimento no esporte, assim nota-se que é necessário reconhecer a importância desses espaços, preservar e investir neles para garantir que atletas de diversas idades tenham as oportunidades para alcançar seus objetivos no mundo dos esportes.
Assim, o que os atletas santistas estão fazendo com atual situação é o famoso “milagre” por não desistirem de jogar, esperando uma melhora significativa dos órgãos responsáveis pelos locais.
Entrevistas ao Jornal Enfoque
Confira as entrevistas com os secretários de Esportes e Educação, Gelásio Ayres e Cristina Barletta, e o vereador Rui de Rosis concedidas ao Jornal Enfoque.
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