Ibson chegou ao Santos em julho de 2011 como o jogador mais caro já contratado na história do clube — foram R$ 9 milhões desembolsados para repatriar o meia, que pertencia ao Spartak Moscou (RUS). No entanto, até o final do ano passado, o atleta não havia justificado o investimento: em 21 jogos, não marcou gols ou deu assistências. Chegou até a ser dúvida na lista de convocados ao Mundial de Clubes, no Japão. Questionado, iniciou 2012 apontado como moeda de troca para a contratação de eventuais reforços.
Mas à medida que o novo ano transcorreu, Ibson foi ganhando moral. Ainda não é o favorito da torcida — que ainda tem enorme carinho por Elano, apesar da má fase do jogador — mas pelo menos por enquanto, vem ganhando a concorrência por uma vaga na equipe. Inicialmente no chamado time “alternativo” do Peixe, que iniciou o Campeonato Paulista em virtude das férias dos atletas que foram titulares no Mundial, Ibson começou a agradar na quarta rodada, contra o Oeste — justo na estreia dos titulares — quando entrou após o intervalo e marcou o gol que salvou o Santos da derrota.
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| Após má fase em 2011, Ibson tem bom começo de temporada e chama atenção de Muricy. Foto: Divulgação/Santos FC |
A ascensão foi freada na rodada seguinte, no clássico contra o Palmeiras, no qual saiu do banco e foi expulso a três minutos do fim. As dúvidas reapareceram. Mas a boa atuação na goleada dos “reservas” do Alvinegro Praiano contra o Linense rendeu-lhe, enfim, a titularidade na equipe principal, no lugar de Elano. E justo no duelo contra o The Strongest (BOL), na estreia da Libertadores, o mais importante deste início de ano. Apesar da derrota na Bolívia, Muricy Ramalho aprovou o desempenho do meia, a ponto de mantê-lo no onze desde então.
Se ainda não teve uma atuação espetacular, Ibson ao menos já tem números em 2012 mais otimistas que os do ano passado. Embora ainda não tenha assistências no Estadual, já marcou dois gols e é o jogador com mais passes (206) e roubadas de bola (23) do Santos no Paulista. Neste último quesito, aliás, chama atenção o fato de, diferentemente dos líderes deste índice nos principais rivais — Bruno Cortez (São Paulo), Ralf (Corinthians), Cicinho (Palmeiras) e Léo Silva (Portuguesa) — Ibson não ser exatamente um marcador, embora tenha surgido no Flamengo como segundo volante e, devido à sua capacidade técnica, sido aproximado do ataque.
O técnico, por sua vez, lança o alerta de que a camisa 8 ainda não tem um dono oficial. “Eles sabem como eu vejo o futebol. Não tenho mania, só vejo o que o cara faz no treino e no jogo. Ibson está tendo a oportunidade dele. Elano é jogador de seleção brasileira, de Copa do Mundo. É uma briga, essa posição não está definida”, afirmou, em entrevista coletiva após a vitória por 2 a 0 sobre o Comercial, na quarta-feira (22). Por enquanto, pelo menos, a dianteira está com Ibson.