O tabuleiro político de Santos e da região começa a se mexer de forma mais intensa com a proximidade das eleições e o cumprimento da legislação eleitoral para saída de cargos públicos. E uma peça importante que foi alterada nesta semana chama-se Suely Maia.
Ela deixou a Secretaria da Educação (Seduc) na última terça (6) a pedido de seu partido, o PV, que a indicará para ser a vice-prefeita na chapa de Sérgio Aquino (PMDB). Não é possível confirmá-la como escolhida pela coligação (formada por PMDB, PDT, PV, PPL, PSD, PC do B, PMN). Mas há um consenso de que o nome dela tem peso e, dificilmente, as legendas apresentarão alguém mais forte para desbancá-la a conquistar o posto.
A convenção da coligação, que proclamará Aquino como o candidato a prefeito e o vice será no dia 24 de junho, na sede da AABB, no Gonzaga. Por enquanto, a coligação é a única a despontar com a dobradinha na eleição majoritária. Os outros pré-candidatos a prefeito ainda buscam os seus pares perfeitos.
Ela própria se mostra animada com a possibilidade e lembra as prévias do PT em 1996, quando teve um “embate histórico” com Telma de Souza e acabou perdendo. Era a escolhida do ex-prefeito David Capistrano.
“São mais de 30 anos de luta. Estou credenciada para atuar, desempenhar um trabalho de reforço”, diz. O processo para convencê-la a disputar a eleição foi fruto de várias conversas, como afirma o presidente do PV em Santos, Mário Bernardino. Ele aposta que o nome da ex-secretária qualificaria a campanha de Aquino. “É um processo democrático. Outros nomes podem surgir, mas vamos apresentá-la como candidata a vice na convenção”, diz.
O prefeito João Paulo Tavares Papa também simpatiza com o nome de Suely. “Ela está preparadíssima para ocupar o cargo de vice, de prefeito, qualquer um na administração pública”. Mas ressalta que o momento é de com-posição e não confirma a indicação política.
Sérgio Aquino afirma que o vice ideal é aquele “que a sociedade vê com respeito”. “Os partidos da chapa também apresentaram outros nomes, como o PDT ofereceu o médico Rubens Amaral, por exemplo, que atuava na Secretaria da Saúde. Todos têm participado de forma efetiva. Temos discutido e a definição sairá no momento apropriado”, observou o pré-candidato.
Na quarta (6), ao apagar das luzes, no final do expediente, Antônio Carlos Gonçalves, o Fifi, deixou a Secretaria de Infraestrutura e Edificações. Ele é presidente do PTB em Santos.
Dividindo atenções – Segundo a legislação eleitoral, os agentes políticos tinham até o dia 6 para se desvincular de cargos públicos para ficarem aptos a participar das eleições. Muitas mudanças ocorreram e a Baixada corre o risco de perder (e muito) representatividade nos governos Estadual e Federal.
Dois secretários de Estado com base eleitoral na região saíram dos cargos esta semana. Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) deixou a Secretaria de Estado de Desenvolvimento e voltou à Assembleia Legislativa, e Márcio França (PSB) saiu do Turismo para retornar à Câmara Federal. O primeiro será candidato a prefeito em Santos, e o segundo costura alianças com o PT na Capital e em outros municípios do Estado.
Além disso, os deputados federais Beto Mansur (PP) e Alberto Mourão participarão dos pleitos em Santos e Praia Grande, respectivamente. Única representante da Baixada na Assembleia até então, Telma de Souza (PT) também estará na disputa para o Executivo no Palácio José Bonifácio.
Os ocupantes de cargos legislativos não precisam se licenciar das funções para participar das eleições, mas, dificilmente conseguirão dividir as atenções entre o cargo e o pleito. O secretário de Estado de Meio Ambiente, Bruno Covas, não saiu do cargo, mas coordenará a campanha de Paulo Alexandre em Santos.
